Um dos 17 casos confirmados da doença misteriosa que está afetando moradores de Salvador foi de um menino de 11 anos, um dos 6 acometidos no condomínio Greenville, no bairro de Patamares, em Salvador, onde houve os primeiros registros.

As manchas vermelhas e coceira começaram na palma das mãos e logo se estenderam para braços, pescoço, rosto e barriga, nessa ordem. “Ele estava com coceira apenas na palma das mãos e então foi para a escola. Mas de lá me ligaram dizendo que ele estava empelotado. Então eu o peguei e fomos para o hospital”, conta a mãe, a administradora Patrícia Dragone, 37.

Segundo ela, no hospital ele foi diagnosticado com urticária. Foi medicado com corticoide e orientado a usar antialérgico via oral e pomada. “Essa foi a segunda vez que ele teve esse ano. A primeira foi em junho. Parecia que ele tinha sido picado por um monte de muriçocas. Mas ali não tem muriçoca”, afirma. Muriçoca é um dos nomes dados ao Simulium sp, pequeno mosquito de até 5 mm também conhecido como borrachudo.

Ao relatar o caso do filho no grupo de Whatsapp do condomínio, percebeu que não estava sozinha. Outras pessoas, inclusive adultos, manifestavam sintomas similares. “Em alguns havia aparecido bolinhas ou placas, em outros, parecia queimadura”, diz.

Ela conta que, então, começaram as “conjecturas” sobre o que teria causado a doença misteriosa. As principais suspeitas estavam relacionadas a uma recente dedetização, à água do bebedouro e à mata do entorno.

“Levantamos algumas hipóteses, mas acabamos descartando. Em comum, todas as vítimas haviam frequentado as quadras poliesportivas no mesmo período. Nas duas quadras, há uma mata do lado detrás. Havia ocorrido uma dedetização na quadra de um prédio, mas não do outro. Então já descartamos alergia a algum produto químico ligado à dedetização. Mas a dedetização poderia ter levantado algum bicho, sei lá”, diz ela.

A água do bebedouro gerou controvérsias, porque havia muita gente que havia bebido e não foi afetada pela doença. “Por via das dúvidas, meu filho não está tomando mais a água”, afirma.

Em uma semana, ele apresentou melhora. Segundo ela, os antialérgicos ajudaram a diminuir os sintomas. Além do hospital, Patrícia levou o filho a um alergista que realizou testes. “Ele fez uma bateira de exames, mas não foi detectada nenhuma alergia, apenas à poeira”, diz.

Ela afirma que o filho continua frequentando a quadra do prédio, mas agora sempre com repelente.

R7.COM