Sem sintomas específicos, a leucemia é um que, na maioria dos casos, só é descoberto por meio de exame de sangue de rotina, afirma o  hematologista Phillip Scheinberg, da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo.

No chamado hemograma completo, o aumento de cerca de dez vezes na quantidade de leucócitos (glóbulos) é um indicativo de suspeita da doença, segundo Scheinberg. Essa alteração também pode levar à diminuição do número de plaquetas, responsáveis pela coagulação do sangue. Quando existe a suspeita de leucemina, o paciente é  encaminhado a um hepatologista.

A leucemia afeta os glóbulos brancos, células de defesa do corpo produzidas pela medula. Nem sempre apresenta sintomas e, quando se manifestam, podem ser confundidos com outras doenças. Entre eles estão anemia, vômitos, palpitação e sangramentos.

O hematologista explica que existe a leucemia aguda, que tem desenvolvimento rápido, e a crônica, que leva de meses a anos para se desenvolver e geralmente não apresenta sintomas.

As leucemias ainda são classificadas de acordo com o tipo de células que atacam. A linfoide afeta os linfócitos, mais comum em crianças, e a mielóide, as demais células de defesa, mais comum em adultos.

O tratamento para leucemia aguda é mais agressivo, utilizando quimioterapia para ação mais rápida. Alguns casos podem incluir a doação de medula, que é coletada do sangue. O sangue coletado passa por uma sessão de aférese, procedimento que faz uma “centrifugação” no sangue do doador, separando as células que serão injetadas no paciente.

Recentemente, a atriz Vanessa Gerbelli, a Herodíade, da novela ‘Jesus’ revelou, por meio das redes socias, que seu pai descobriu estar com leucemia aguda e anunciou que doará a medula óssea para ele.

Para as leucemias crônicas, o tratamento pode variar. De acordo com o hematologista, alguns casos da leucemia linfóide crônica não exigem tratamento imediato, devido à evolução lenta do quadro. A recomendação médica é que seja feito acompanhamento do caso e tratamento dos sintomas, como anemia e febre.

A leucemia crônica mielóide, atualmente, apresenta um dos métodos mais modernos de tratamento para a doença, segundo o hematologista, sendo realizado oralmente.

“O tratamento de leucemia por comprimido é uma das maneiras mais inovadoras para o tratamento de câncer. Ao estudar a doença, os pesquisadores descobriram qual era o mecanismo de sobrevivência das células cancerígenas e desenvolveram um medicamento capaz de desligá-lo, evitando a sua multiplicação”, explica Scheinberg.

Segundo ele, o tratamento oral para a leucemia mielóide já apresenta taxa de cura total da doença, aumentando para 80% a taxa de sobrevida dos pacientes nos últimos 10 anos.

Embora exista esse tipo de tratamento para a leucemia linfóide crônica, podendo ser associado à quimioterapia, ainda não foram apresentados resultados de cura. Entretanto, para esse tipo de leucemia, a sobrevida dos pacientes aumentou para 75%, no mesmo período, de acordo com o hematologista. Para a leucemia aguda, ainda não existe tratamento oral.

A leucemia é o 9º tipo de câncer que mais afeta os brasileiros, segundo dados do Inca (Instituo Nacional do Câncer), causando 11 mil novos casos e mais de 6 mil mortes por ano. Se tratada, a leucemia tem 80% de chance de cura em crianças e 40% em adultos. Atualmente, a leucemia afeta mais de 400 mil pessoas no mundo e causa mais de 300 mil mortes, anualmente, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde).

Os principais fatores de risco para o desenvolvimento desse tipo de câncer são o tabagismo, contato com Benzeno, encontrado na fumaça do cigarro e na gasolina, exposição à radiação, doenças congênitas e problemas sanguíneos.

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