O presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), senador Fernando Collor de Mello (PTC/AL), criticou duramente a decisão do governo brasileiro de retirar a candidatura do Brasil para sediar a Conferência das Partes da Convenção do Clima das Nações Unidas (COP-25), destinada a negociar a implementação do Acordo de Paris, de 11 a 22 de novembro de 2019.

Collor afirmou que a alegação apresentada pelo governo brasileiro, de não haver verbas para a realização do evento, é “conversa para boi dormir”. Diante da postura do governo, a CRE aprovou, na última sessão, um requerimento apontando a importância de o Brasil realizar a conferência, além de pedir a revisão da decisão. O requerimento aprovado é de autoria dos senadores Cristovam Buarque (PPS-DF) e Jorge Viana (PT-AC).

“O governo precisa rever seu posicionamento o mais breve possível. O Brasil está abdicando de exercer seu soft power, um dos instrumentos mais úteis da nossa diplomacia e para nossa afirmação internacional. Renunciar a essa candidatura não condiz com a estatura que atingimos no debate mundial relacionado às mudanças climáticas. Estamos na contramão do movimento da comunidade das nações, e o mais preocupante é que este pode ser o primeiro passo para retirar o Brasil do Acordo de Paris. É algo dramático”.

Vantagem econômica

Jorge Viana reiterou que a proposta orçamentária de 2019 já prevê a destinação das verbas correspondentes à organização do evento, com a maior parte dos recursos advindo de dinheiro já existente no Fundo Clima, gerido pelo BNDES. Para ele, realizar a COP-25 pode até ser economicamente vantajoso, pois, durante duas semanas, o País será visitado por milhares de participantes, grupos sociais e jornalistas interessados em cobrir o evento.