Um atleta nascido na Etiópia e outro nascido no Quênia gostam tanto do Brasil que não se sentem tão estrangeiros quando disputam a Corrida Internacional de São Silvestre, em São Paulo. Grande favoritos à vitória na prova masculina, nesta segunda-feira, Dawitt Admasu e Paul Kipkemboi serão adversários em um País que aprenderam a gostar.

O queniano Kipkemboi mora em Taubaté e tem como um dos ídolos um compatriota famoso no Brasil. Paul Tergat ganhou duas medalhas de prata nos Jogos Olímpicos de Sidney, em 2000, e venceu cinco vezes a São Silvestre. Por isso, ele serve de exemplo para o corredor buscar a primeira vitória nas ruas de São Paulo, distante a cerca de 140 km da sua casa.

“Eu gosto de Taubaté, é uma cidade tranquila. O Brasil é um país agradável. As pessoas são amigáveis e gostam de esporte”, afirmou o queniano. Neste ano, ele ganhou a Meia Maratona do Rio de Janeiro.

Admasu, por sua vez, tem uma ligação ainda mais antiga com o Brasil e já esteve no País outras cinco vezes. Em 2014 ele ganhou a São Silvestre pela primeira vez. No ano passado ele repetiu o feito, com a diferença de ter vencido pela primeira depois aceitar o convite para se naturalizar barenita.

“A corrida em São Paulo é complicada, porque tem subidas muito fortes. Ainda assim, eu me preparei bastante para enfrentar tudo isso”, afirmou. O corredor garantiu a vitória nos 5 km finais no ano passado, justamente no temido trecho de subida da Avenida Brigadeiro Luís Antônio.

O bicampeão é uma espécie de diplomata dos atletas etíopes que desembarcaram em São Paulo para correr a São Silvestre. Por falar inglês, Admasu atua como tradutor nas entrevistas coletivas. Boa parte dos seus compatriotas só consegue se comunicar no idioma oficial da Etiópia, o amárico.

Com informações do Estadão Conteúdo.