Era 7 de julho de 2016 quando Rafael dos Anjos foi nocauteado por Eddie Alvarez em Las Vegas, perdendo o cinturão dos leves do UFC pouco mais de um ano depois de tirá-lo de Anthony Pettis. Trinta e quatro dias antes, José Aldo foi derrotado por Max Holloway no UFC Rio e viu o título dos penas ficar com o norte-americano, que o detém até hoje. Mais de dois anos e meio depois dessas lutas, e o Brasil continua sem um campeão entre os homens. Amanda Nunes é a única lutadora nacional com título: dos galos e dos penas entre as mulheres.

Marlon Moraes acha que é ele quem vai acabar com esse jejum e
será o próximo brasileiro campeão do UFC, nos galos. Ele venceu o
compatriota Raphael Assunção na madrugada deste domingo (3), no UFC
Fortaleza, no primeiro round, e não se fez de rogado: pediu um novo
contrato para Dana White, chefão do UFC, e, claro, a chance de disputar o
cinturão contra TJ Dillashaw, nos galos, ou até Henry Cejudo, uma
categoria abaixo, nos moscas.

“Quero um contrato e quero a disputa
do cinturão, chegou a minha hora. Ainda tenho algumas lutas no meu
atual contrato, mas quero um novo. Essa vitória me credencia a isso”,
disse Moraes.

O
Brasil tem alguns outros possíveis postulantes ao cinturão. Jussier
Formiga, nos moscas, por exemplo, é o primeiro do ranking, mas pesa
contra o fato de ele já ter perdido para o campeão Cejudo no passado. Há
Ronaldo Jacaré nos médios, Thiago Marreta nos meio-médios, e até José
Aldo, que bateu Renato Moicano nos penas no UFC Fortaleza e poderia
desafiar pela terceira vez Max Holloway -algo que, após a luta no Ceará,
o próprio lutador admitiu ser improvável que ocorra. Ele já anunciou
que pretende se aposentar do MMA em 2019.

Moraes, porém, desponta
entre os homens como o brasileiro com maior chance de disputar o
cinturão pela peculiaridade da categoria dos galos no UFC.
Peculiaridade, não. Confusão, como definiu Raphael Assunção após perder
de Moraes. “Nem eu estou entendendo bem a categoria”, disse.

A
questão é que o atual campeão, Dillashaw, desafiou Cejudo e perdeu feio
há alguns dias, em meados de janeiro, com apenas 32 segundos de luta.
Foi sua estreia nos moscas, mas ele não abdicou do título dos galos.
Após o resultado de Dillashaw x Cejudo, disputada no Brooklyn, Moraes
chegou a sugerir que a luta que faria com Assunção desse o cinturão
interino a quem vencesse. Depois, a unificação ocorreria contra
Dillashaw, se ele decidisse permanecer nos galos, ou contra outro
adversário -Dominick Cruz, por exemplo, que parece ser o próximo na fila
na disputa pelo título.

“Quero lutar, seja contra o Dillashaw, contra o Cejudo. Acho que vencer o Assunção me coloca nessa posição, de disputar o título”, disse Moraes. Uma definição ocorre somente nas próximas semanas.

Com informações da Folhapress.