Um em cada quatro idosos se sentem isolados. A sensação de solidão é ainda maior em idosos com problemas de saúde, de acordo com um estudo divulgado pela Universidade de Michigan, nos Estados Unidos.

Idosos com algum problema de saúde física, mental ou perda auditiva foram mais propensos a relatar que se sentiam isolados ou que não tinham companhia.

Já idosos saudáveis, que se exercitavam, não fumavam e dormiam o suficiente, demonstraram tendência a afirmar que não se sentem sozinhos.

As descobertas fazem parte da Pesquisa Nacional sobre Envelhecimento Saudável conduzida pelo Instituto de Políticas de Saúde e Inovação da Universidade de Michigan.

Mais de um quarto dos entrevistados disseram que só tinham contato social uma vez por semana com membros da família com quem não moram ou com amigos e vizinhos. “Esses resultados indicam a importância de alcançar aqueles que estão na sua comunidade e que podem estar em risco”, afirmou Erica Solway, especialista em envelhecimento e uma das diretoras da pesquisa, por meio de nota.

Outra diretora do estudo, Preeti Malani, que é professora da Divisão de Doenças Infecciosas da Faculdade de Medicina, também ressaltou em nota o crescente número de pesquisas que apontam fortes conexões entre a saúde e a solidão. Além disso, os efeitos positivos na saúde provocados pelo aumento do contato social promovidos tanto por grupos comunitários quanto por voluntariado e atividades religiosas.

Para ele, os dados mostram a importância de manter e fortalecer os laços com as pessoas. “Também sugere que cuidadores, cônjuges, filhos adultos e outros envolvidos na vida dos idosos têm um papel a desempenhar no encorajamento e facilitação dessas conexões”, afirmou. “À medida que envelhecemos, a mobilidade ou a audição se tornam mais uma barreira”, frisou.

Uma pesquisa realizada no ano passado pela AARP Fundation, nos Estados Unidos, afirmou que o isolamento social é tão nocivo para a saúde quanto a obesidade e o tabagismo. O estudo ainda mostrou que idosos de baixa renda ou que se identificaram como LGBT apresentavam um risco ainda maior de solidão.

Outras conclusões estabelecidas pelo estudo da Universidade de Michigan foram que aqueles que estavam desempregados, viviam em lares de baixa renda, moravam sozinhos ou tinham um ou mais filhos morando com eles foram mais propensos a dizer que sentiam falta de companheirismo.

Morar sozinho foi associado a sentir-se solitário. Cerca de 60% dos idosos que moravam sozinhos relataram sentir falta de companhia e 41% se sentiram isolados.

Cerca de 36% das mulheres afirmaram sentir falta de um companheiro com frequência ou na maior parte do tempo, em comparação com 31% dos homens.

Mais de 26% dos idosos que disseram não ter companhia também relataram estar com saúde física razoável ou ruim.

Dos que relataram sentirem-se isolados, 17% tinham saúde mental razoável ou ruim.

Um em cada cinco entrevistados que relataram sentir-se socialmente isolados disseram ter audição razoável ou ruim, em comparação com cerca de um em cada 10 daqueles que disseram que quase nunca se sentiam isolados.

Os resultados da Pesquisa Nacional sobre Envelhecimento Saudável baseiam-se em respostas de uma amostra nacionalmente representativa de 2.051 adultos com idades entre 50 e 80 anos que responderam a uma ampla gama de perguntas on-line.

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