Até o momento, o governador Renan Filho (MDB) não tomou nenhuma atitude efetiva para fazer a defesa de sua própria gestão na área da Educação, nem de seu vice-governador e secretário Luciano Barbosa. Limitou-se, ao ser perguntado pela imprensa no interior, a desqualificar a operação da Polícia Federal (PF). Para outros interlocutores, foi enfático na manifestação solidária ao “amigo-irmão” Wagner Morais de Lima, alvo da ação investigativa – e que se encontra recolhido à carceragem da PF. Ele é tido nos bastidores da Operação Casmurros como “homem-bomba”.

Wagner morais é nada menos do que o diretor-presidente da Agência de Modernização da Gestão e Processos-Amgesp, o todo-poderoso comandante dos certames licitatórios do governo do Estado. Por ele passou a contratação da Bioética, a empresa que possui institucionalmente a finalidade precípua de lidar com arte e cultura, mas terminou abocanhando valores milionários em transporte escolar, pagos pela Secretaria da Educação.

Gente de absoluta confiança de Renan Filho, Wagner Morais faz parte de um grupo seleto de amigos do governador. A amizade da juventude evoluiu para parcerias. Desde o seu primeiro mandato de prefeito do município de Murici, iniciado em 2005, Wagner acompanha o amigo, assumindo a função de procurador do Município e tratando de negócios relacionados a processos licitatórios.

Wagner é frequentemente visto no Palácio República dos Palmares, onde circula com desenvoltura e possui uma espécie de “Green card”. Na imagem ilustrativa acima, o diretor-presidente da Amgesp, ora afastado por decisão judicial, aparece almoçando com seu amigo governador, nas dependências da residência oficial do Palácio. Esta não é a primeira vez que o amigo se envolve com a Polícia Federal. Em 2017, a Operação Sucupira, sobre programa de mestrado profissional da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), chegou a indiciá-lo.

Uma das últimas grandes e milionárias licitações concluídas por Wagner Morais é de interesse direto do governador: R$ 80 milhões para fazer propaganda promocional, incluindo as misteriosas destinações de recursos para serviços de áudio, vídeo e foto que consumiram do bolso dos alagoanos, somente nos primeiros seis meses deste ano, via Secretaria de Comunicação (Secom), R$ 4,5 milhões, conforme comprova o Portal da Transparência. Renan Filho já afirmou que o amigo retornará ao seu governo.

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