Uma pesquisa científica realizada pela Universidade de Harvard encontrou evidências de que o calor tem efeitos no nosso rendimento cognitivo. O estudo revelou que quem tem um aparelho de ar condicionado no ambiente de estudo tem um desempenho melhor em provas comparado a estudantes que não o possuem.

Desse modo, foi possível observar que há efeitos do calor no rendimento cognitivo, mais especificamente influências negativas.

A Escola de Saúde Pública de Harvard TH Chan publicou um artigo informativo sobre como “O calor extremo se relaciona com um rendimento cognitivo reduzido entre os adultos e jovens em edifícios sem ar condicionado”.

Foi observado que quem vivia em dormitórios sem ar condicionado durante uma onda de calor teve resultados piores em uma série de testes cognitivos em comparação a estudantes que tinham dormitórios com refrigeração artificial.

A Escola de Saúde Pública de Harvard TH Chan reúne especialistas de diferentes áreas para educar as novas gerações de líderes mundiais no tema da saúde. Desse modo, a sua finalidade é a produção de ideias inovadoras que melhorem a qualidade de vida das pessoas em escala mundial.

Um dos pilares fundamentais que a instituição defende é que o trabalho conjunto de pesquisadores, educadores e estudantes líderes pode criar uma força conjunta para levar o que se aprende dentro do laboratório para a vida cotidiana das pessoas.

Um dado interessante e que é importante destacar é que a instituição foi fundada no ano de 1913 como a Escola de Oficiais de Saúde de Harvard-MIT. Desde então, a mesma é reconhecida como o programa de capacitação profissional mais antigo da América no que diz respeito à saúde pública.
A pesquisa sobre os efeitos do calor no rendimento

A pesquisa experimental mostra como os efeitos do calor influenciam de forma negativa o rendimento cognitivo de indivíduos jovens saudáveis. As temperaturas interiores durante uma onda de calor prejudicam de forma notável a capacidade de desenvolver as habilidades intelectuais.

O estudo dá um passo significativo no conhecimento que se tem até o momento sobre quão nocivo o calor pode ser para o bem-estar da população em geral, independentemente da faixa de idade ou da condição física da pessoa.
Garota fazendo prova

Mais especificamente, até o dia de hoje os efeitos do calor durante as ondas de temperaturas elevadas eram considerados apenas em relação a crianças ou a pessoas em idades avançadas.

Hoje podemos ver que a questão vai além dessas faixas etárias, à medida que Harvard nos informa que jovens dotados de capacidades intelectuais superiores também são afetados por uma onda de calor, diminuindo de maneira notável suas capacidades inatas.

José Guillermo Cedeño, pesquisador da Harvard Chan School e autor principal do estudo, informa que “para abordar esse ponto cego, analisamos os estudantes saudáveis que vivem em dormitórios como uma intervenção natural durante uma onda de calor em Boston”.

Além disso, ele sustenta também a importância de conhecer os riscos em diferentes populações, tendo em mente que em muitas cidades há uma previsão de que o número de ondas de calor aumentará nos próximos anos devido às mudanças climáticas.

“A maior parte da pesquisa sobre os efeitos do calor na saúde havia sido, até agora, realizada em relação a populações vulneráveis, como as pessoas idosas, criando a percepção de que a população de forma geral não sofre riscos ou efeitos das ondas de calor”.
-José Guillermo Cedeño-Laurent-

Garota estudando

Por que estudar esses efeitos em escala mundial?

É importante estudar os efeitos do calor, já que as mudanças climáticas estão presentes em escala mundial e têm consequências graves para a saúde pública. Precisamente, é a principal causa de morte entre os adultos de idade avançada e idosos entre todos os fenômenos meteorológicos.

A mudança climática vem mostrando um aumento notável na temperatura global, tendo sido o ano de 2016 o mais quente registrado nos últimos séculos.

Ainda que exista uma boa fonte de registro das ondas de calor e seus efeitos nocivos para a saúde, somente se tem conhecimento de como isso se dá para faixas de idade determinadas, sendo que a população mais vulnerável é a protagonista desse conhecimento.

Além disso, tais estudos costumam ser epidemiológicos, ou seja, usam registros de temperaturas ao ar livre.

Continuar realizando pesquisas e estudos é algo fundamental para entender como o calor nos afeta e também para trazer soluções para os problemas que podem ser derivados da exposição a altas temperaturas, o que depende de diferentes variáveis.

Dessa forma, a mudança climática poderia ter consequências devastadoras para a nossa qualidade de vida. Por isso, a implementação de políticas públicas para cuidar e preservar o meio ambiente é fundamental para presentar a qualidade de vida das próximas gerações.

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