Estava pela internet e encontrei informação sobre trekking, paixão de muita gente. Trata-se de caminhada esportiva, atividade ao ar livre, imersão na natureza, convívio com proposta rústica e simples.

Simples mesmo porque para uma longa caminhada não é inteligente levar na mochila mais do que o estritamente necessário, apenas o imprescindível – sem supérfluo, sem mimos, sem fru-frus.

Os trekkeiros (será que eles aprovam essa denomiação), sábios exploradores, conseguem racionalmente ponderar o que deve ser carregado e o que pode ser deixado para trás.

A mochila de uns 10 ou 15 quilos (dependendo da situação, clima, questões técnicas e estratégicas) e o próprio corpo é todo peso que se deve carregar. A inclinação de subida de uma montanha, por exemplo, não permite mais. Passo a passo o peso certo (não demasiado, não excessivo) vai deixando perceber que poderá ser conduzido, que não será empecilho.

A sensação de superação e ampliação da autoestima que nasce aí é valorosa. Com o peso justo, corpo sem se sobrecarregar, a caminhada pode permitir que a alma também fique leve – flutue, suba como nuvem.

Trekkeiros (devia chamá-los de caminhantes?), li embevecida, quando precisam percorrer longos trechos, enfrentar situações extremas, costumam adotar inteligente postura. Não só aliviaram suas mochilas, como aliviam também seus pensamentos – cuidam para que nenhum pensamento ruim, nenhuma carga negativa, acompanhe as passadas.

A regra é essa: leveza em tudo. Eis lição que devemos abraçar e colocar em prática: leveza em tudo. Pena que, no corre-corre do cotidiano, na loucura da vida atribulada, muitas vezes não conseguimos parar e perguntar: Será mesmo preciso carregar tantas coisas assim?

Para longas jornadas devemos aprender com esses profissionais papa-léguas. O sentido da caminhada está no desprendimento e não na ancoragem. Com a bagagem mais leve, fica mais tranquilo e sereno fazer comunhão. Peso demais atrapalha.

TERRA.COM