Mais time e em outra boa atuação, o Flamengo venceu o Fluminense por 2 a 1 no Maracanã, com gols de Filipe Luís e Gabigol -Digão descontou no fim. O Rubro-Negro liquidou a fatura no primeiro tempo, não tomou conhecimento do rival e assumiu a vice-liderança do Campeonato Brasileiro.

Com a vitória, a quarta seguida no Nacional, o Fla chegou aos 17 pontos, mesma pontuação que o primeiro colocado Internacional, que joga na quinta (10), contra o Ceará, no Beira-Rio. Já o Flu, que não vence há três jogos, segue perdendo posições e dorme no 9º lugar, ainda na parte de cima da tabela -mas pode ir para a segunda página com os resultados desta quinta.

O MELHOR: ARRASCAETA

Jogando solto do meio para o ataque, o uruguaio De Arrascaeta foi o melhor em campo no Maracanã. Não só pela participação nos dois gols, mas também por criar as melhores chances da equipe de Domènec. Todas as grandes jogadas do Rubro-Negro tinham o carimbo do camisa 14, municiado também por boas atuações de Thiago Maia e Gerson no meio de campo.

LEVANTA A PLAQUINHA

Depois de um fim de semana de polêmica ao ficar no banco contra o Fortaleza, o atacante Gabigol voltou ao time titular e, como é de costume em sua passagem pelo Flamengo, fez gol de novo. A plaquinha não está mais na torcida, alijada do estádio por conta da pandemia do novo coronavírus, mas o camisa 9 marcou seu 16º gol em 2020, reassumindo a ponta na artilharia do país. No palco do clássico, são 39 gols -ele é o maior goleador do “novo Maracanã”, agora com oito a mais que Fred, que passou em branco.

INÍCIO AVASSALADOR

Como nos tempos de Jorge Jesus, o Flamengo começou o jogo sem dar espaços para o Fluminense respirar. A equipe de Domènec Torrent conseguiu pressionar o Tricolor em seu campo de defesa, e aos sete minutos, abriu o placar. Filipe Luís aproveitou rebote de Muriel em cabeçada de Arrascaeta e fuzilou para estufar as redes e abrir o placar.

ERROS COMPLICAM O FLU

Odair armou o Flu com dois pontas para não só ter mais velocidade nas saídas e bolas longas como também povoar o meio de campo, com Michel Araújo mais por dentro do que de costume. Mas com o gol sofrido logo no início em falha do peruano Fernando Pacheco -uma das opções novas na equipe- que não acompanhou Filipe Luís, tudo foi por água abaixo. Muriel deveria, também, ter espalmado a bola para longe, e não para o meio da área, o que iria se repetir.

ATAQUE TRICOLOR NÃO FUNCIONA

Na frente, Nenê não conseguia reter a posse como falso 9 nem confundir a marcação do Fla entre as linhas. Wellington Silva tentava sozinho pela esquerda enquanto Araújo sofria com a marcação de Thiago Maia e a permissividade do árbitro Raphael Claus. Nada deu certo no primeiro tempo. Tanto que, no intervalo, Pacheco deu lugar a Fred, e o camisa 77 voltou ao meio-campo.

MURIEL FALHA DE NOVO

O goleiro Muriel voltou ao gol do Tricolor no clássico após ser poupado em três jogos, sendo substituído por Marcos Felipe. E o titular voltou também a falhar: deu um soco errado para dentro da grande área em falta cobrada por Arrascaeta, aos 33, e viu a bola cair nos pés de Gabigol, o melhor finalizador do Rubro-Negro. O camisa 9 pegou na veia e nem deu chances para o mal colocado camisa 29, que repete erros técnicos em todo o ano de 2020. Seu reserva pede passagem.

FLA POVOA O ATAQUE E PRESSIONA

O jogo de posição de Domènec Torrent funcionou e muito bem contra um Flu de muitas falhas no Maracanã. Na primeira etapa, mesmo sem a velocidade de Bruno Henrique, que foi desfalque, e com Diego por dentro, o Fla ocupou o campo ofensivo do rival com facilidade. Jogando solto, o Rubro-Negro poderia até ter saído para o intervalo com placar mais elástico. Thiago Maia e Gerson, também muito bem, erravam poucos passes e ganhavam a maioria dos duelos defensivos, dando sustentação e começando a construção dos muitos ataques da equipe.

FLU MELHORA NO SEGUNDO TEMPOCom Fred na vaga de Nenê, o Flu melhorou no início do segundo tempo. O time esteve mais exposto, é verdade, mas prendeu mais a bola na frente. Ainda assim, criou poucas chances claras. Dono do jogo e em vantagem no placar, o Flamengo controlava as ações, mandava na posse de bola e era perigoso quando chegava, geralmente em erros forçados no meio de campo do Tricolor.

DIGÃO FAZ GOL DE HONRAAos 25, Odair tirou o camisa 77, muito mal em campo, e Wellington Silva, cansado, e colocou Luiz Henrique e Marcos Paulo. A dupla de Xerém não conseguiu ajudar, nem no abafa. Aos 47, Yago bateu escanteio, Digão subiu mais que a zaga do Fla e cabeceou sem chances para Gabriel Batista. O gol de honra premiou a valentia do Flu apesar da qualidade técnica inferior ao rival.

BRAÇOS CRUZADOS EM PROTESTO

Como em todos os jogos da rodada, logo no apito inicial, os 22 jogadores em campo passaram 15 segundos de braços cruzados em protesto pelas agressões sofridas por elenco e funcionários do Figueirense.

FLUMINENSEMuriel; Calegari, Digão, Luccas Claro, Egídio; Yuri Lima (Yago Felipe), Dodi, Michel Araújo (Caio Paulista); Fernando Pacheco (Fred), Nenê (Luiz Henrique), Wellington Silva (Marcos Paulo). T.: Odair Hellmann

FLAMENGOGabriel Batista; Isla (Matheuzinho), Rodrigo Caio, Gustavo Henrique, Filipe Luís; Thiago Maia (Michael), Gerson, Diego (William Arão); Everton Ribeiro (Ramon), Arrascaeta (Vitinho) e Gabriel. T.: Domènec Torrent

Estádio: Maracanã

Árbitro: Raphael ClausAssistentes: Danilo Ricardo Simon Manis e Neuza Ines BackCartões amarelos: Michel Araújo (FLU); Gerson (FLA)Gols: Filipe Luís, aos 7min, e Gabriel, aos 33min do primeiro tempo; Digão, aos 47min do segundo tempo

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