Um bailarino foi morto na manhã da quarta-feira (23), na Pituba. Ajax Gonçalves Vianna, 60 anos, que atuava no Balé Teatro Castro Alves (BTCA), tinha sinais de espancamento. O corpo foi encontrado no apartamento em que ele morava, na Avenida Magalhães Neto. O suspeito, um homem de 27 anos, era companheiro de Ajax e foi preso em flagrante, segundo a Polícia Civil.

O suspeito já tem passagem por estupro de vulnerável e tinha mandado de prisão em aberto. Ele foi levado para a 1ª Delegacia de Homicídios, no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), onde foi autuado. A Polícia Civil vai conduzir as investigações.

Nas redes sociais, amigos lamentavam a morte de Alex. “Você brilhará sempre, em qualquer lugar que estiver”, escreveu uma conhecida. “Descanse em paz”, escreveu outra. Nas páginas, Alex exibia fotos de apresentações como bailarino, além de imagens de viagens a países como Israel e França.

O bailarino e coreógrafo fazia parte do BTCA há 38 anos. Em nota, a Secretaria de Cultura da Bahia lamentou a morte e lembrou a trajetória de Ajax, que começou a estudar dança na década de 1970. “Entre fins dos anos 1970 e início dos anos 1980, chegou a ganhar 18 concursos de dança de discoteca, ritmo que imperava naquele momento, tanto que ficou conhecido como o “John Travolta da Bahia”, diz o texto.

O BTCA também lamentou a perda e lembrou com carinho de Ajax. “Nesses 38 anos de histórias no BTCA, ele brilhou e voou nos palcos, se jogou em inúmeras criações, se lançou sem medo em movimentos e aventuras, com diversos coreógrafos e coreografias”, diz a nota. “Nós nunca vamos esquecê-lo! Ele tornava todos os lugares muito mais divertidos, trazia os sorrisos e conseguia integrar todos à volta. Nunca perdia uma oportunidade de fazer rir, mesmo depois de horas cansativas de ensaio, ou durante viagens intermináveis”.

Leia a nota completa do BTCA:

Ajax. De nome grego talvez tenha sido o mais baiano dos nos nossos. A alegria em pessoa, o companheirismo, a solidariedade, a hospitalidade tão próprios da nossa gente. Nesses 38 anos de histórias no BTCA, ele brilhou e voou nos palcos, se jogou em inúmeras criações, se lançou sem medo em movimentos e aventuras, com diversos coreógrafos e coreografias. Rodou pelo interior da Bahia, por outros Estados brasileiros, e em diversos países, dançando pelo BTCA, tornando os palcos mais iluminados para o público, e as turnês muito mais alegres para todos os colegas. Em Tamanho Único, era lindo ver o público completar a frase “Meu nome é… AJAX!”, e aplaudir o seu solo que brincava com os seus tempos de “John Travolta Baiano”. Nós nunca vamos esquecê-lo! Ele tornava todos os lugares muito mais divertidos, trazia os sorrisos e conseguia integrar todos à volta. Nunca perdia uma oportunidade de fazer rir, mesmo depois de horas cansativas de ensaio, ou durante viagens intermináveis. Ajax, com nome de guerreiro, era o descanso depois e durante batalhas. Era saúde, alívio. E é assim que nesse dia atônito nos confundimos entre as lágrimas e os sorrisos, misturando tudo no passado e no presente, nas lembranças e nesta hora exata inacreditável, nessa saudade imensa dos dias futuros em que teremos que construir nossa própria alegria para honrar o privilégio de tê-lo tido conosco. À família e aos outros amigos, deixamos o nosso mais terno abraço.

Leia a nota completa da Secult:

A Secretaria de Cultura do Estado da Bahia lamenta o falecimento do coreógrafo e bailarino Ajax Vianna, integrante do Balé Teatro Castro Alves (BTCA). Ajax Vianna nasceu em Salvador e começou seus estudos de dança na segunda metade dos anos 1970, na Escola de Ballet Ebateca. Passou ainda pela Escola de Dança Cultura Física e pelo Ballet Bahiano de Tênis. Também fez parte do grupo de dança Frutos Tropicais. Entre fins dos anos 1970 e início dos anos 1980, chegou a ganhar 18 concursos de dança de discoteca, ritmo que imperava naquele momento, tanto que ficou conhecido como o “John Travolta da Bahia”. Entrou para o BTCA no ano de 1982, dedicando-se à instituição ao longo de 38 anos. A SecultBA manifesta suas condolências aos amigos, familiares, e a todo o corpo artístico do BTCA.

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