Para ele, e não só para ele, o que foi feito na Petrobras “qualquer um faria”, porque esse é o código moral e político vigente entre boa parte dos que estão na atividade política no Brasil.

Nem sempre foi assim, é verdade.

Por exemplo: ser deputado estadual em Alagoas até o início dos anos de 1980 não fazia ninguém se tornar um milionário a partir do nada.

Era vida de classe média, como a de muitos com quem pude conviver profissionalmente.

De lá para cá, com seis meses de mandato, um deputado estadual já tem carrão do ano e apartamento na orla (pode substituir por uma mansão em um condomínio de “última geração”).

Imagine como não é entre os da turma que está em Brasília.

Gente que devia as calças e hoje se veste com nota de dólar.

Collor deve dar um nó na cabeça e se perguntar: – O que eu fiz?

Mas nem lembrará de indagar: – E os outros?

Porque para o ex-senador não há crime, tampouco desvio de conduta. Tudo está dentro da normalidade exigida do seu mundo.

Ele sabe o que fez, mas, repito, acha que tudo cabe no código de comportamento dele e dos que os cercam.

O ex-senador ainda vai viver muitos anos se perguntando onde errou.

Eu diria que a resposta está na moral espartana.

CADA MINUTO

Foto: Agência Brasil