Moradores dos bairros afetados pela instabilidade do solo realizaram um protesto na orla de Maceió, na noite dessa quarta-feira, 13, para novamente chamar a atenção das autoridades e buscar soluções para os problemas provocados pelo afundamento do solo e isolamento social. O ato foi pacífico e aconteceu à beira-mar.

O protesto foi agendado para as 17 horas e o grupo se concentrou próximo ao Hotel Sete Coqueiros. Depois, ele seguiu em caminhada na direção do Marco dos Corais. “Estamos clamando por socorro”, mostra uma das frases escritas em uma das faixas levadas pelos manifestantes.

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Entenda a situação – Após a Defesa Civil de Maceió alertar sobre o colapso iminente da mina 18, da Braskem, no Mutange, cerca de 23 famílias tiveram que ser retiradas das casas que estão localizadas na área de risco. A Justiça Federal, inclusive, autorizou o uso de força policial, caso os moradores recusassem a sair. O caso é um desdobramento dos tremores de terra que começaram a ser sentidos pela população do Pinheiro, Bebedouro, Mutange, Bom Parto e parte do Farol em março de 2018, causados pela mineração de sal-gema feita pela Braskem desde a década de 70 naquela região, conforme apontou o Serviço Geológico do Brasil.

A Prefeitura de Maceió decretou estado de emergência na capital por 180 dias. Depois de registrar afundamento superior a 2 metros ao longo de duas semanas, a mina 18 sofreu rompimento às margens da laguna Mundaú no dia 10 de dezembro. O fato provocou angústia em moradores que ainda seguem residindo em regiões próximas.

O presidente da Braskem, Roberto Bischoff, afirmou na segunda-feira, 4 de dezembro, que nos últimos quatro anos foram realocadas 40 mil pessoas – a estimativa dos órgãos é que o número seja de quase 60 mil – em 14,5 mil imóveis e mais de 97% das propostas de indenização foram aceitas e pagas por meio do Programa de Compensação Financeira e Apoio à Realocação (PCF). O comentário foi feito ao Estadão durante o 28º Encontro Anual da Indústria Química (Enaiq), evento tradicional do setor químico promovido pela Associação Brasileira de Indústrias Química (Abiquim).

A Justiça Federal determinou, na manhã da quinta-feira, 30 de novembro, que a Braskem adote providências em relação ao novo mapa elaborado pela Defesa Civil Municipal, que inclui no PCF novos imóveis localizados no Bom Parto. A mineradora comunicou aos acionistas e ao mercado que o valor atribuído à causa pelos autores da ação é de R$ 1 bilhão. Desde então o caso tem sido acompanhado pelo Governo Federal e vários órgãos fiscalizadores junto à mineradora Braskem.

TNH1.COM

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