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O “Solidarity Therapeutics Trial”, estudo liderado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em mais de 30 países, apresentou os resultados em uma pré-publicação nesta quinta-feira (15). A pesquisa, que aguarda a aprovação de revistas científicas e revisão por outros especialistas, afirma que quatro antivirais utilizados contra a Covid-19 são ineficazes: remdesivir, hidroxicloroquina, lopinavir/ritonavir (combinação) e interferon beta-1a.

Informações do estudo:

O “Solidarity” é um estudo global com mais de 30 países, feito em 405 hospitais;

É um ensaio randomizado, padrão ouro, que tem os mais rígidos padrões para coleta de evidências científicas;

Participaram 11.266 adultos: 2.750 tomaram remdesivir; 954, hidroxicloroquina; 1.411, lopinavir; 651, interferon mais lopinavir, 1.412, apenas Interferon; e 4.088 fizeram parte do grupo controle, que não recebeu os medicamentos.

Resultado: 1.253 mortes foram relatadas durante a pesquisa. As evidências apontam que os medicamentos desempenharam pouco ou nenhum papel na redução da mortalidade ou tempo de internação da Covid-19.

De acordo com a OMS, mesmo que o ensaio ainda precise da análise de outros cientistas, ele já produziu “evidências conclusivas” sobre os medicamentos.

“O progresso alcançado pelo ‘Solidarity Therapeutics Trial’ mostra que grandes ensaios internacionais são possíveis mesmo durante uma pandemia, e oferecem a promessa de responder questões críticas de saúde pública relativas ao tratamento de forma rápida e confiável”, afirma o texto publicado pela organização.

‘Nenhum país fora de perigo’

Na segunda-feira (12), o diretor de emergências da OMS, Michael Ryan, afirmou que dados recentes mostram estabilização e queda dos casos de Covid-19 no Brasil, mas ele alertou que essa tendência ocorre a partir de números “muito, muito altos”.

“Nenhum país está fora de perigo ainda” – Michael Ryan, diretor na OMS

Na última semana, o Brasil passou das 150 mil mortes causadas pelo novo coronavírus e ainda bateu os 5 milhões de casos de Covid. Apesar dos números altos, a média móvel de mortes ficou abaixo de 600 pela primeira vez desde maio, segundo o consórcio de veículos de imprensa.

O chefe de emergências lembrou que o Brasil é um país de proporções continentais e as autoridades locais precisam estar atentas. “Dizer que a doença está caindo no Brasil é uma coisa positiva”, disse Ryan.

“(Mas) deve haver um alto índice de desconfiança conforme os números (gerais) caem para garantir que sejam detectadas áreas em que eles possam estar aumentando”, disse o diretor de emergências da OMS.

“Como todos nós aprendemos sob duras penas nos últimos meses, o fato de a doença estar em declínio não significa que ela não se agravará novamente. (…) Precisamos continuar vigilantes” – Michael Ryan, diretor na OMS

Por G1 | Portal Gazetaweb.com
FOTO: divulgação