O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), minimizou declaração de seu futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre “dar uma prensa” no Congresso para a aprovação da reforma da Previdência ainda neste ano.
“Não tem prensa. Ninguém vai ser movido aqui em Brasília, o parlamentar que tem completa independência. Ele usou bem-intencionado, ao meu entender, a palavra prensa. Alguns podem interpretar e, de forma equivocada, levar para o outro lado. Ninguém vai pressionar o parlamentar. Nós vamos é convencê-lo”, afirmou Bolsonaro nesta quarta-feira (7), em resposta à declaração do economista feita na véspera.
Também nesta quarta, Guedes marcou a primeira reunião temática com o grupo de transição de governo, sobre a reforma da Previdência.
Foi uma tentativa de reduzir o ruído no mercado após as informações desencontradas da equipe de Bolsonaro e ainda reforçar que mudanças nas regras da aposentadoria são a prioridade do governo eleito.
Para a manhã desta quinta-feira (8), o presidente eleito disse ter agendado um encontro com parlamentares para discutir medidas econômicas que podem ser votadas ainda este ano no Congresso. Devem estar na pauta da conversa mudanças na Previdência e no Orçamento de 2019.
“Nós vamos ver aí. Vão ser colocados na mesa os projetos… nenhum será emenda constitucional, e vamos decidir o que pode ser aprovado e ninguém mais do que um parlamentar para ter esse sentimento. Agora, não podemos esquecer que tem metade da Câmara que não foi reeleita e outra metade que foi”, disse, sobre a Previdência.
A intervenção federal na segurança pública no Rio de Janeiro, em vigor até 31 de dezembro, impede que o Congresso vote emendas à Constituição.
Bolsonaro não soube detalhar quais itens da proposta de modificar a aposentadoria podem ser votados e repetiu que depende dependeria do que pode ser aprovado no Congresso.
Inicialmente, Bolsonaro chegou a declarar que não votaria a reforma proposta pelo governo Temer (MDB) e que levaria adiante sua própria reforma.
Na terça-feira (6), voltou atrás e afirmou que seria interessante votar ainda neste ano uma reforma possível.
Sobre o Orçamento de 2019, o presidente eleito admitiu estar tratando do tema com seu futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM-RS). O gaúcho é principal articulador político de Bolsonaro.
“Estou tratando com Onyx a questão de possíveis ajustes. Eunício [Oliveira, presidente do Senado] falou que está aberto, se eu quiser apresentar alguma coisa, está em aberto o Orçamento para nós ainda. Sabemos que a margem é muito curta para negociação porque quase tudo ali é despesa obrigatória”, afirmou.
Bolsonaro não quis mencionar quais parlamentares foram convidados para o encontro desta quinta, que deverá ser realizado em seu apartamento funcional, em Brasília.
Com informações da Folhapress.