A falta de investimentos e projetos para o Canal do Sertão continua repercutindo, após matéria publicada na Gazeta de Alagoas. Nesta terça-feira (30), o deputado estadual Davi Maia voltou a criticar a gestão do governador Renan Filho (MDB) sobre a falta de projetos para os produtores e para a obra que custou, conforme o deputado, cerca de R$ 3 bilhões aos cofres públicos.
Para o parlamentar, o governador Renan Filho (MDB) faz um Governo para a internet em busca de curtidas e nem mesmo a viagem para a China vai angariar recursos para o Canal.
“Renan Filho governa para a internet, para o que dá curtidas, likes. Entrou no seu quinto ano, indo para o sexto ano de Governo. Foram para a China e disseram que era para angariar investimentos para o Canal do Sertão. Eles vão produzir o quê? Não existe, não tem projeto e tiveram tempo para planejar. Quando você vai olhar a ata de reuniões das secretarias responsáveis pelo Canal, não tem nada”, disse.
Maia disse ainda que a burocracia é uma das barreiras enfrentadas pelos produtores. “Existem 800 pedidos para usar o canal, apenas três produtores receberam a outorga/autorização. Não é um processo nada democrático. Mas, graças a Deus, os produtores vão lá e pegam a água. Isso é louvável porque, pelo menos, a água não vai evaporar assim. É uma coragem cívica, vamos dizer assim. E está produzindo”, relatou.
Outro ponto denunciado pelo deputado é o fato de não ter fiscalização ou orientação cabível. “Os produtores me dizem que não sabem se estão retirando da forma certa, se está salinizando o solo, se a gente está salinizando o solo. Os animais vão tomar água, as pessoas vão tomar banho, e acabam morrendo”, denunciou.
Sobre projetos, Davi Maia disse que não tem nenhum projeto governamental para a região. “A verdade seja dita: Não é todo canal que pode ser produzido, você cava e o solo é raso, já aparece a rocha. Existem manchas de solo. Mas você pode ir para a hidroponia. O problema no mundo é água, e lá [Canal do Sertão] já tem, e o governador não está dando a importância devida que o Canal merece”.
Ele disse ainda que os alagoanos precisam saber o que está acontecendo em Alagoas. “Às vezes, a gente está em Maceió e não sabe o que acontece no restante do estado. Por mais que não falte água na sua casa, você precisa saber o que está acontecendo, é dinheiro público, é dinheiro do contribuinte. Por mais que sua vida esteja resolvida, é dinheiro do contribuinte, você também contribuiu com o Canal do Sertão”, salientou.
O deputado falou que a água está evaporando e que o Governo de Alagoas está propondo a construção de barragens em municípios alagoanos, mas que “não é a solução” e que busca uma medida para barrar essas construções.
“São 120 km aproximadamente, com uma calha e uma lâmina d’água. Para se ter uma noção, depois do Rio São Francisco, é o maior rio do estado. Um rio artificial, com 5 metros de largura e 2 metros de profundidade. É muita água, que está evaporando. É o dinheiro do contribuinte que está evaporando. Agora, querem construir barragens. Não é a solução e estou trabalhando para barrar esse projeto”, contou, acrescentando que “construiu e não gerou um emprego sequer” e comparou com a fábrica construída em São Paulo. “Foram três anos para construir, gastou R$ 1 bilhão e gera 2 mil empregos. Era para, no mínimo, o Canal empregar 10 mil pessoas”, ressaltou.
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