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A ação do governo do Estado que despromoveu mais de 1,2 mil militares foi alvo, novamente, de críticas por parte de deputados na Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE), na sessão ordinária desta quinta-feira (29). Os parlamentares criticaram o governador Renan Filho por não buscar uma solução para o drama que os policiais estavam vivendo e, diante da crise, defenderam a mediação do problema por parte do presidente do Tribunal de Justiça de Alagoas, desembargador Tutmés Airan.
Em aparte, o deputado Cabo Bebeto (PSL) revelou que alguns militares já chegaram a dizer que, caso uma solução não seja encontrada em breve, o suicídio é o único caminho. Para o parlamentar, o importante é que se busque uma solução, seja por parte do Estado ou até mesmo pelo presidente do Poder Judiciário alagoano.

“Já há militares despromovidos que pensam até em suicídio porque a queda de renda que muitos terão é muito grande. Alguns deles, que já estavam na reserva remunerada, recebiam R$ 5 mil e, após a decisão, o valor chega a R$ 1 mil. Tem gente que financiou carro e casa. E como ficam a vida deles?”, questionou o deputado.

Segundo dados do deputado Chico Tenório (PMN), a decisão afeta mais de 50% dos militares que já estavam na reserva remunerada da Polícia Militar. “Por isso, quero fazer um apelo para que esse equilíbrio feito pelo desembargador junto aos taxistas, também seja utilizado no litígio das despromoções dos militares, visto que pode atingir mais de mil homens e mulheres. Não é fácil. Alguém que chegou ao posto de tenente, voltar a ser sargento, com uma perda de R$ 2 mil a R$ 3 mil”, apontou Tenório.

Segundo explicou o Cabo Bebeto, a culpa pelo “erro” identificado pelo presidente do Tribunal de Justiça, no encaminhamento da matéria, não foi cometido pelos militares, mas, sim, pelo Estado que não os promove com regularidade. O tema voltou a discussão na Casa de Tavares Bastos após o lider do governo, deputado Sílvio Camelo, destacar a capacidade de Tutmés Airan mediar conflitos, a exemplo do que o desembargador fez com os taxistas que iriam realizar um grande protesto em Maceió.

REUNIÃO COM O TRIBUNAL DE JUSTIÇA

O representante dos taxistas de Maceió avaliou como positiva a reunião que a categoria teve, nesta quarta-feira (28), com o presidente do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL), Tutmés Airan, e o procurador-geral de Justiça, Alfredo Gaspar de Mendonça. Na ocasião, foram expostas as reivindicações dos taxistas e ficou acertado que uma nova reunião, desta vez com a presença da Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT), das empresas de ônibus, do Gerenciamento de Crises da Polícia Militar e das lotações, será marcada para os próximos dias.

De acordo com Thiago Holanda, diretor do Sindicato dos Taxistas de Alagoas (Sintaxi), a principal reivindicação da categoria é a regulamentação do táxi lotação que, segundo ele, se faz necessária de forma urgente. Outro ponto tocado durante o encontro foram as abordagens feitas pelos agentes de trânsito aos profissionais, que alegam haver abuso de autoridade.
“A regulamentação das lotações é algo urgente, que precisa ser feita. Até os mototaxistas já conseguiram essa regulamentação e os taxistas continuam sendo punidos quando fazem lotação. Há também o abuso de autoridade por parte dos agentes da SMTT, que têm feito abordagens arbitrárias”, afirmou.

Por Marcos Rodrigues | Portal Gazetaweb.com