líder do PSL na Câmara dos Deputados, delegado Waldir (GO), cobrou do governo federal maior transparência em relação aos gastos de cartão corporativo. “Por questão de transparência e combate a corrupção acho que devemos abrir também o cartão corporativo da Presidência, ministros.. Ninguém deve ser imune”, disse ao Congresso em Foco.
Os cartões corporativos existem desde 2001 e servem para a equipe do governo pagar despesas urgentes. Os valores desembolsados estão disponíveis no Portal da Transparência, mas muitas informações como data e nome do favorecido são classificadas como sigilosas.
No primeiro semestre deste ano há sigilo no total de R$ 5,8 milhões de valores usados por membros do governo com cartão corporativo.
A declaração de Waldir acontece em meio a crise entre o presidente da República e o PSL.
Na sexta-feira (12) Bolsonaro e um grupo de 21 congressistas do partido insatisfeitos com o presidente da sigla, Luciano Bivar, entre eles Flávio e Eduardo Bolsonaro, filhos do presidente, assinaram um documento solicitando auditoria externa das contas do partido.
Waldir afirma que o PSL é transparente e completa: “temos que abrir todas contas de todos diretórios. Inclusive RJ, SP e RN…Controlados por conservadores”.
O diretório estadual do PSL no Rio de Janeiro é comandado pelo senador Flávio Bolsonaro, o de São Paulo pelo deputado Eduardo Bolsonaro e o Rio Grande do Norte tem como vice-presidente o deputado General Girão, próximo do presidente da República.
Bivar vai se reunir nesta semana com seus aliados no PSL na Câmara para tratar da rusga com o presidente Bolsonaro. Além de Waldir, fazem parte desse grupo nomes como o do presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Felipe Francischinni (PR), e o da líder do governo no Congresso Nacional, deputada Joice Hasselmann (SP).
O grupo de Bivar dentro do PSL quer pedir uma auditoria das contas da campanha presidencial de Bolsonaro em 2018.
A defesa do presidente da República minimizou a ideia. “Não há nenhuma preocupação com isso por parte do presidente da República”, disse ao Congresso em Foco a advogada Karina Kufa, que trabalha com Bolsonaro desde a campanha.
A crise na sigla foi destacada pelo Congresso em Foco em setembro, quando deputados revelaram ao site que a situação dentro do partido era de racha e possível debandada.
O clima piorou no dia 8 de outubro, quando Bolsonaro disse para um seguidor esquecer da sigla. Desde então, troca de farpas estão acontecendo dos dois lados. Bolsonaro e seus aliados têm sido mais ferrenhos; do outro, o presidente do partido, Luciano Bivar, e deputados que não fazem parte da ala mais bolsonarista.
TRIBUNA HOJE