Neste sábado (26), de 10h as 13h30 a equipe da Unidade de AVC do Hospital Geral do Estado (HGE), une-se a Associação Ação AVC e Projeto Saúde em Dia para fortalecer o Dia Mundial do AVC (Acidente Vascular Cerebral) dia 29, com ações gratuitas que acontecerão no Centro Comunitário do conjunto Parque dos Caetés, no bairro Benedito Bentes, em Maceió.
Serviços de saúde (aferição de pressão, teste de glicemia, orientações nutricionais, exame oftalmológico e aconselhamentos), palestras, atividades lúdicas e outras ações estimulantes estão na programação do evento, como a inscrição de um grupo de apoio dedicado aos que sofreram AVC. A expectativa é de que aproximadamente 2.900 famílias residentes no Parque dos Caetés participem da movimentação, que acontecerá no Centro Comunitário e conta com a atuação de diversos profissionais dos mais diferentes campos de atuação, todos voltados para a prevenção da doença.
Para ter uma ideia do problema, a Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta as doenças cardiovasculares como a principal causa de morte no mundo. Em seu levantamento mais recente, que apresenta dados de 2015, a entidade informa que, naquele ano, o total de óbitos envolvendo essas enfermidades chegou a 17,7 milhões. O número representou 31% das mortes registradas em âmbito global.
“Ainda é frequente atendermos pessoas que abusam do consumo de bebidas alcóolicas, fumantes, sedentários, despreocupados com a qualidade da alimentação, hipertensos, diabéticos; mesmo com o histórico da doença na família. É isso o que queremos reverter. Quanto mais as pessoas se cuidam e estão conscientes dos sintomas das doenças, menos sequelados pelo AVC passam a existir em nossa sociedade, assim como menos mortes são lamentadas nas famílias. Isso porque diminuem os riscos do desenvolvimento da doença e ganhamos mais tempo na emergência para reverter à enfermidade quando diagnosticada”, explicou a neurologista, Simone Silveira.
Estão integrados aos esforços: a Zampieri Imóveis, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), o Hospital Memorial Arthur Ramos, a TV Gazeta de Alagoas, a Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal), o Cesmac, a Faculdade Estácio, a Faculdade de Tecnologia de Alagoas (FAT), a Faculdade Pitágoras, a Neurointensiva Gestão e Medicina Crítica Ltda., a Angioneuro, a Consultoria Especializada em Processo de Pessoas, a Six Propaganda, a clínica Diagnóstico por Imagem (Dirad), o escritório Lira Campos & Associados, Rede Brasil AVC e Sociedade Alagoana de Neurologia.
HGE é referência no tratamento
Pode ser chamado de AVC, AVE (Acidente Vascular Encefálico) e até mesmo de derrame, só não muda a gravidade. A doença decorre da alteração do fluxo de sangue ao cérebro. Responsável pela morte de células nervosas da região cerebral atingida, pode se originar de uma obstrução de vasos sanguíneos, o chamado acidente vascular isquêmico, ou de uma ruptura do vaso, conhecido por acidente vascular hemorrágico. Os sintomas mais comuns são: fraqueza ou paralisia de um lado do corpo, dor de cabeça de início súbito muito forte, dificuldade para se comunicar e enxergar, confusão mental, sonolência, alterações nos batimentos cardíacos e na frequência respiratória.
O aposentado Pedro Valeriani Soares, de 82 anos, está interno na Unidade de AVC. Ele viajou 176 km desde Major Isidoro até o HGE, cerca de 2h30 de estrada, logo após procurar uma unidade de saúde do município que suspeitou a possibilidade de ser mais um caso de AVC. Rapidamente atendido, a equipe multidisciplinar confirmou a doença em tempo, conseguindo reverter o problema através da melhora na circulação sanguínea, prova disso é que ele já movimenta seu lado esquerdo do corpo e tem conseguido se comunicar com os profissionais envolvidos no seu tratamento.
“Eu acordei, tomei banho, comi, fiz a barba e depois de um tempo decidi tirar um cochilo até a hora do almoço. Cerca de uma hora depois abri os olhos e percebi que não conseguia sair da cama, porque meu lado esquerdo não se mexia. Pedi ajuda a minha filha, que me levou até o hospital e me encaminhou para o HGE. Desde que cheguei tenho sido bem acolhido, sem o que reclamar. A minha vontade é que eu fique bom logo para que eu volte para casa e continue a viver bem com minha família”, relatou Pedro, pai de 10 filhos e dono de um poço de histórias.
A neurologista defende que a busca pelo atendimento médico deve ser imediato. Prova disso é que o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) está treinado para atuar em situações de resgate, assim como as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e Ambulatórios 24h estão cientes da necessidade da rápida sinalização para transferência que deve ser dada a equipe plantonista do HGE.
“Quanto mais tempo demora, mais risco de sequelas e óbito. Sabendo disso, o HGE tem uma equipe preparada, capacitada e estruturada para melhor assistir aos acometidos pelo AVC. Se chegar espontaneamente pela Área Azul, a classificação de risco sinalizará a necessidade de urgência e acionará a equipe da Unidade de AVC. Se chegar pelo Samu ou Bombeiros, o socorrista deve sinalizar durante o deslocamento a Unidade de AVC, para que o médico aguarde a chegada na Área Vermelha. Em ambos os casos serão realizadas tomografias computadorizadas e será observado se o início dos sintomas aconteceu em até 4h30. A partir do resultado dessas investigações adotaremos a melhor conduta para tratar a doença”, explicou a médica.
Durante a internação, que pode acontecer também fora da Unidade de AVC, a depender da necessidade de cada doente, o HGE conta coma a atuação de neurologistas, cardiologistas, neurovasculares, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, farmacêuticos, nutricionistas, fisioterapeutas, psicólogos, assistentes sociais, enfermeiros e técnicos de enfermagem. A vontade é sempre restabelecer a saúde do doente, devolvendo a capacidade de recuperação da rotina que existia antes da enfermidade.
“A reabilitação começa no hospital, quando o fonoaudiólogo, fisioterapeuta e terapeuta ocupacional inicia todo um trabalho de reabilitação, a fim de que o paciente se adeque mais facilmente a sua nova situação e restabeleça sua mobilidade, habilidades funcionais e independência física e psíquica. Esse processo de reaprendizagem exige paciência e obstinação do paciente e, também, do seu cuidador e familiar, que tem uma função extremamente importante durante toda a reabilitação, pois são estes que irão reintegrar o indivíduo no convívio social, desde o cuidado com seu próprio corpo (autocuidado), até quaisquer atividades comuns à sua rotina”, afirmou a terapeuta ocupacional, Rosângela Floresta.
TRIBUNA HOJE