O senador Renan Calheiros (MDB) entrou com uma nova representação no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) contra o procurador-chefe da Lava Jato, Deltan Dallagnol. A informação é da coluna Painel da Folha de S. Paulo. A procuradora Thaméa Danelon também foi representada.
Esta é a terceira vez que o senador entra com uma representação contra o procurador no CNMP. A justificativa do senador desta vez é de que Deltan e Thaméa teriam municiado um pedido de impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes. O fato foi revelado pelo site The Intercept Brasil em uma das reportagens da séria Vaza Jato.
Para o senador, Deltan e Thaméa praticaram “advocacia privada através da redação clandestina do pedido de impeachment” de Gilmar Mendes. Apesar de ter sido orientada pelos dois procuradores da Lava Jato, a ofensiva contra Gilmar foi assinada pelo advogado Modesto Carvalhosa.
Em setembro, o senador Renan Calheiros já havia protocolado uma representação disciplinar contra o procurador Deltan Dallagnol no CNMP. Na ocasião ele alegou atuação político-partidária para perseguir o ministro Gilmar Mendes usando o partido Rede Sustentabilidade.
“Apresentei a 2ª representação contra o procurador que nunca procurou Justiça. Só poder e dinheiro. Deltan violou a constituição e perseguiu o ministro Gilmar Mendes clandestinamente”, publicou o senador em seu Twitter à época.
De acordo com a representação, Deltan e outros procuradores conversaram no Telegram sobre a necessidade de impedir Gilmar Mendes de julgar casos da Lava Jato. Depois de o ministro conceder habeas corpus em favor do ex-governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), Deltan teria acionado o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) para protocolar uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) e pedir seu afastamento do caso.
Na representação, Renan Calheiros pediu o afastamento cautelar de Deltan até a denúncia ser esclarecida e, posteriormente, como punição, sua suspensão de 45 a 90 dias. Além das representações do senador alagoano, Deltan é alvo de outras 11.
Fonte: Tribuna Independente