A Federação do Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares de Alagoas (Fetag/AL) junta-se a Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag), lançando oficialmente no Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil, uma campanha nacional de combate a este tipo de abuso contra crianças e adolescentes.
Do dia 12 até o dia 30 de junho, ações promocionais virtuais serão desenvolvidas pelas instituições para conscientizar a sociedade contra o trabalho infantil.
Segundo levantamento feito pela Organização Mundial pelo Trabalho (OIT) no Brasil, entre 1992 e 2015, 5,7 milhões crianças e adolescentes de cinco a 17 anos deixaram de trabalhar no Brasil, o que significou uma redução de 68%. Entretanto, ainda há há 2,7 milhões de crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil no país.
Para Rilda Alves, Secretária de Políticas Sociais da Fetag/AL, “o trabalho infantil seja ele no campo ou na cidade traz graves consequências à saúde, à educação e ao lazer das crianças e adolescentes. Quando falamos de trabalho infantil, estamos falando de exploração da mão de obra de uma criança ou de um adolescente”, aponta Rilda Alves.
Dados apontam aumento do trabalho infantil no meio rural
De acordo com a OIT a maioria da população ocupada entre cinco e 17 anos está nas regiões Nordeste (852 mil) e Sudeste (854 mil), seguidas das regiões Sul (432 mil), Norte (311 mil) e Centro-Oeste (223 mil); a maior concentração de trabalho infantil está na faixa etária de 14 a 17 anos (83,7%).
Já os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), referentes a 2016, dão conta que há mais crianças e adolescentes trabalhadoras nas cidades, no entanto, o trabalho infantil ainda é maior no campo. Na área rural, havia 976 mil crianças e adolescentes trabalhadores (40,8%), e 1,4 milhão na área urbana (59,2%). Esse número é mais expressivo entre as crianças de cinco a 13 anos de idade: 308 mil no meio rural (68,2%) e 143 mil nas cidades (31,8%).
Ainda de acordo com o IBGE, a maioria das atividades de trabalho da agricultura e pecuária estão na lista das piores formas de trabalho infantil, expressamente proibidas para pessoas com menos de 18 anos. Neste cenário, 580.052 crianças e adolescentes de até 13 anos trabalhavam na agropecuária em 2017 no Brasil, segundo o Censo Agropecuário de 2017.
Segundo Rilda Alves, “temos que deixar bem claro que uma criança que é colocada no mercado de trabalho de uma forma ilegal, vai perder a sua oportunidade de desenvolvimento adequado, porque vai abandonar a escola. Também perderá o desenvolvimento físico, emocional e social. Como secretária de políticas sociais da FETAG/AL e presidente da CUT/AL, apoio a iniciativa da campanha nacional, pois me preocupo com o risco de crescimento da exploração, pois o trabalho infantil impede desenvolvimento, reduz a renda e está ligado à escravidão”, finaliza a dirigente sindical.
Campanha da Contag será lançada oficialmente no dia 12/06
A Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (CONTAG) segue mobilizada na Campanha Nacional de Combate ao Trabalho Infantil, que em 2020 tem como slogan:”Covid19: agora mais do que nunca, protejam crianças e adolescentes do trabalho infantil”.
A Campanha busca evidenciar os impactos da pandemia na vida das crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil e a responsabilidade do Estado brasileiro na adoção de medidas emergenciais de proteção, uma vez que neste cenário sem precedentes são estes os sujeitos sociais mais vulneráveis.
Lutamos por uma cidade e por um campo livre de trabalho infantil.
Diga não ao trabalho infantil, junte-se a essa luta.
Fonte: Assessoria \ TRIBUNA HOJE