width=

A 4ª Pesquisa Fórum realizada em parceria com Offerwise revela em primeira mão que a aprovação do governo Bolsonaro é muito maior do que a soma de sua avaliação ótima e boa, que nesta edição de julho foi de 33,3%. Quando indagado se aprova ou desaprova o governo Bolsonaro, uma parte considerável dos que o avaliam como regular se desloca para o aprova. São 49,1% que aprovam contra 50,9% que desaprovam.

Essa pergunta não vem sendo realizada por outros institutos e alguns jornalistas e analistas políticos têm considerado como aprovação apenas o ótimo e bom. A Pesquisa Fórum revela que isso não se confirma quando o entrevistado é colocado à frente da questão com apenas as opções aprova e desaprova. Ou seja, a base de apoio de Bolsonaro, mesmo uma parte sendo um apoio mais frágil, é ainda maior do que o 1/3 do seu ótimo e bom.

A região Nordeste é a de maior índice de desaprovação, 60,5%, contra 39,5% que aprova seu governo. O Sudeste é a região com segundo maior índice de desaprovação, 53%, contra 47% de aprovação. Nas outras regiões a maioria da papulação mais aprova do que desaprova Bolsonaro. No Sul, 57% aprovam, no Centro-Oeste, 57,5% e no Norte esse índice bate em 67,8%.

As mulheres se mantêm muito mais críticas a Bolsonaro do que os homens. Enquanto 58,4% deles aprova o governo, entre elas esse índice cai para 40,8%.

Em relação à distribuição do aprova ou desaprova pela faixa de renda, hoje a maior rejeição ao governo está entre os que ganham 10 salários mínimos ou mais. São 61,6% contrários, contra 38,4% a favor. Por outro lado, a faixa de renda de 5 a 10 salários mínimos, a classe média remediada, é a que lhe dá maior sustentação, 60,5% aprovam seu governo e 39,5% desaprovam.

Nas outras faixas de renda mais baixas os índices são semelhantes e na margem de erro há mais desaprovação como pode ser visto no gráfico abaixo. (Veja nesta outra matéria como se encontra a variação do ótimo e bom de bolsonaro nas diferentes faixas de renda no histórico das três últimas pesquisas Fórum. Esse histórico confirma que a melhoria da avaliação se deu na base de 5 a 10 salários mínimos, a classe média remediada, e não entre o povão, como vem sendo repetido.)

É na faixa etária mais jovem que se encontra a maior desaprovação de Bolsonaro. Entre os que têm de 16 a 24 anos, 55,6% o desaprovam. Curiosamente é na faixa etária seguinte, a de 25 a 34 anos, que Bolsonaro tem sua maior aprovação, 53,6% contra 46,4% que o desaprovam. Nas outras faixas etárias há equilíbrio, mas destaca-se a de 45 a 59 anos, onde a desaprovação vence acima da margem de erro. São 52,3% contrários ao seu governo e 47,7% a favor.

Um outro cruzamento de dados interessante que a 4ª Pesquisa Fórum permitiu fazer foi o da aprovação do governo Bolsonaro em relação à religião declarada dos entrevistados. Entre os ateus e agnósticos a desaprovação vence (71,8% a 28,2%), como também entre espíritas (70,5% a 29,5%) e os que não declaram religião (59% a 41%). Já os evangélicos em sua maioria aprovam o governo (58,6% a 41,4%). E entre os católicos há uma divisão quase meio a meio, 49,6% aprovam e 50,4% desaprovam.

PESQUISA INOVA COM METODOLOGIA

A Pesquisa Fórum é realizada desde abril e está em sua quarta edição. A Revista Fórum é o primeiro veículo progressista a realizar uma pesquisa de opinião mensal e conta com o apoio dos leitores no financiamento coletivo para a sua manutenção. Quem apoia a pesquisa, recebe relatórios completos e participa da escolha das questões.

A 4ª Pesquisa Fórum foi realizada entre os dias 14 e 17 de julho e ouviu 1000 pessoas de todas as regiões do país. A margem de erro é de 3,2 pontos porcentuais, para cima ou para baixo. O método utilizado é o de painel online e a coleta de informações respeita o percentual da população brasileira nas diferentes faixas e segmentos.

O consultor técnico da Pesquisa Fórum, Wilson Molinari, explica que os painelistas são pessoas recrutadas para responderem pesquisas de forma online. A empresa que realiza a pesquisa, a Offerwise, conta com aproximadamente 1.200.000 potenciais respondentes no Brasil. “A grande vantagem é que o respondente já foi recrutado e aceitou participar e ser remunerado pelas respostas nos estudos que tenha interesse e/ou perfil para participar. No caso da Pesquisa Fórum, por ser de opinião, não existe perfil de consumidor restrito, como, por exemplo, ter conta em determinado banco, ou possuir o celular da marca X. O mais importante é manter a representatividade da população brasileira, tais como, gênero, idade, escolaridade, região, renda, etc.”

Os painéis online são adotados como método de pesquisa no mundo todo, segundo Molinari. E regulamentados pelas principais associações de pesquisa. “Os painéis hoje são amplamente utilizados para pesquisas de satisfação, imagem de marca, qualidade de produtos e serviços, opinião, etc”, acrescenta.

Fonte: Revista Fórum / Renato Rovai \ TRIBUNA HOJE

Jair Bolsonaro (Foto: Isac Nóbrega/PR)