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Mais uma indicação para compor os cargos federais em Alagoas foi realizada na última semana. O deputado federal Paulão (PT), com anuência do diretório estadual do Partido dos Trabalhadores em Alagoas, confirmou o nome do ex-deputado estadual Judson Cabral para comandar o Ibama/AL. Cabral também é engenheiro ambiental e já exerceu mandatos de vereador, além de ter passagem como secretário de Estado da Prevenção durante o governo Renan Filho (MDB).

À Tribuna, Judson Cabral destaca que teve o seu nome sondado, porém a confirmação ainda precisa chegar de Brasília. “Eu fui sondado pelo partido e, logicamente, meu nome foi colocado à disposição. Eu tenho formação na área, tenho formação em engenharia ambiental, pósgraduação e experiência de gestão, então, eu estarei à disposição para contribuir. É aguardar a nomeação que se dá em Brasília. Isso está sendo tratado lá e nós estamos aqui aguardando. Enquanto isso, continuo aqui como profissional da engenharia trabalhando. E, logicamente junto ao partido contribuir da forma for possível”. Judson está afastado da vida pública nos últimos anos, como ele mesmo disse.

Caso se confirme, o Ibama traz uma possibilidade de projeção que ajudaria a voltar ao cenário de disputa eleitoral. “Olha, com certeza a uma indicação ao Ibama é uma indicação relevante, considerando que nós vivemos um momento em que toda a humanidade, nosso país principalmente, tem uma visão clara da importância da sustentabilidade do desenvolvimento sustentável. Ou seja, dessa relação entre tecnologia desenvolvimento e meio ambiente. Com uma experiência já adquirida em outras ocasiões certamente me sinto muito à vontade para contribuir”.

Caso assuma o órgão, provavelmente a primeira polêmica que irá encarar é sobre a instalação de depósito de ácido sulfúrico no Porto de Maceió.

Perguntado sobre o tema, ele preferiu não se posicionar. “Irei me inteirar com detalhes. Porque muitas vezes nós recebemos informações, veiculações, e pela experiência profissional não vou fazer um juízo de valor sobre algo que eu não estou inteirado nos seus detalhes. Com certeza, eu estarei ao lado das normas que mantém exatamente essas questões de produtos perigosos não só de quando você vai fazer armazenamento como também manipulação. Mas eu não irei agora dizer a você que tenho já uma posição firmada. A posição firmada que eu tenho é que as normas técnicas devem ser cumpridas, principalmente naquilo que diz respeito ao meio ambiente e a preservação da vida. Então, caso se consolide [a nomeação] nós vamos sim tratar esse assunto com muita responsabilidade, não tenha dúvida”.

Mais de 30 cargos federais seguem em disputa pelos parlamentares

Atualmente são mais de 30 cargos federais em Alagoas, que estão sendo disputados em Brasília pelas lideranças. Grande parte desses cargos só pode ser repassados a servidores de carreira. Alguns nomes já foram indicados, como Cícero Albuquerque (Psol) para a coordenação da Fundação Nacional do Índio (Funai) e Cícero Filho (PCdoB) na Superintendência Regional do Trabalho (SRT), do Ministério do Trabalho e Emprego.

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), que durante o governo Bolsonaro detinha a indicação de vários órgãos, como a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) e Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), está na briga para manter e até ampliar o espaço. Por outro lado, o senador

Renan Calheiros (MDB), e Renan Calheiros e o próprio Partido dos Trabalhadores em Alagoas (PT-AL), reivindicam o espaço, já que são aliados consolidados do presidente Lula. Enquanto isso, as nomeações vão se arrastando e órgãos estratégicos seguem no formato de transição esperando definição do seu comando.

DE FORA

A exemplo do que já foi repercutido pela reportagem da Tribuna Independente no início deste ano, só três dos nove deputados federais de Alagoas não devem indicar nomes para os cargos em comissão da esfera federal em Alagoas. As discussões para a ocupação desses espaços passam, sobretudo, pelo posicionamento dos parlamentares em relação ao governo Lula (PT), se são da base de apoio ou da oposição. Marx Beltrão (PP), Fábio

Costa (PP) e Alfredo Gaspar (União Brasil) estavam, naquele momento, sem indicações dos espaços federais no estado. Contudo, destes, Fábio Costa e Alfredo Gaspar são os mais prováveis a se manter como oposição ao Planalto por serem mais ligados à base bolsonarista.

Os principais órgãos federais em Alagoas são a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), o Cais do Porto de Maceió, a Fundação Nacional de Saúde (Funasa), Polícia Federal (PF), Polícia Rodoviária Federal (PRF), Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (DNOCS), Correios, Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), Controladoria-Geral da União (CGU) e AdvocaciaGeral da União (AGU).

Por Emanuelle Vanderlei – colaboradora com Tribuna Independente
Foto: Sandro Lima / Arquivo