A mancha branca, que apareceu na lagoa Mundaú logo após a mina 18 se romper, intrigou a população de Maceió. Mas por que o rastro de coloração clara na água? Tem relação com o colapso? Até o momento, não há confirmação sobre o que causou a mudança de cor no trecho da lagoa. Veja o vídeo abaixo:
Especialista em ciências aquáticas, o professor e pesquisador da UFAL, Emerson Soares, acredita que resíduos do solo que chegaram até a superfície ocasionaram a mancha. Ele e outros pesquisadores vão se reunir nesta manhã e vão dar início a mais um dia de coleta de amostras da água.
“Você vê que é numa região de afundamento, e o solo tem um certo material, que vai se dissolvendo na água, e possivelmente parece não indicar que venha da mina, e sim do solo que cedeu, e fez contato com a água e aí vai se dissolvendo. O solo tem uma coloração. Aumenta um pouquinho com ele sendo dissolvido em contato com ambiente aquático”, explicou.
Nas redes sociais, internautas compartilharam teorias. “Areia que a correnteza levou, simples, pelo amor de Deus”, disse um. “A cratera já estava com água há anos, que obviamente virou lama topada de minério, com esse rompimento a lama subiu, aí já era, lagoa salgada e contaminada”, opinou outro. “O meio ambiente é quem realmente vai sentir os impacto dessa destruição, e quem viver da lagoa”, publicou uma terceira pessoa.
Pesquisadores vão coletar amostra da água – Assim como vem acontecendo nas últimas duas semanas, equipes de pesquisa vão se concentrar em 17 pontos da lagoa Mundaú para coletar amostras da água para estudos, agora depois do rompimento da mina 18. Desde o dia 2, o monitoramento foi intensificado na região e um comparativo deve ser concluído nos próximos dias.
“A gente vai dividir em três equipes, em três barcos, e vamos coletar água nos 17 pontos da lagoa. Nós temos especialistas na parte de metais pesados, na parte de poluentes emergentes, e também de parâmetros físicos químicos e microbiológicos. Por que são importantes esses dados? Justamente por já termos uma radiografia anterior, do que estava acontecendo na região”, explicou Emerson Soares.
“Então vamos comparar os dados e vamos ver se o rompimento da mina 18 tem alguma influência com substâncias ou algum componente na mudança daquela área. Até agora, os dados vêm indicando que não teve alteração nenhuma, e esperamos que não tenha, mas para isso temos que colher mais material, e precisamos sempre monitorar”, continuou.
Soares afirmou que quatro coletas estão sendo feitas no mês de dezembro e um laudo deve sair nos próximos dias. “Já monitoramos a laguna faz um certo tempo, e fazemos coletas bimensais. De uma semana para cá, fizemos quatro coletas. Fizemos no dia 2, no dia 7, no dia 10 e hoje. Temos que manter um certo cuidado, um distanciamento, mas a ciência precisa estar presente para coletar informações para auxiliar os órgãos, a Defesa Civil, o Estado e a sociedade alagoana que merece respostas”.
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