Na contramão da média nacional, que recuou -0,5%, a confiança do empresário do comércio alagoano fechou o mês de junho com aumento de 1,4%, segundo a pesquisa do Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Alagoas (Fecomércio AL).
A confiança dos empresários alagoanos subiu 1,4%, em junho, com 101,7 pontos comparados aos 100,3 registrados em maio. Esse aumento pode sinalizar uma reversão da tendência negativa observada nos primeiros cinco meses de 2024, refletindo a incerteza das expectativas com a economia brasileira.
No geral, no intervalo anual o indicador cresceu 1,6% (jun.23 a jun.24). Somado ao desempenho recente de 1,4%, demonstra uma possível retomada da confiança do empresariado varejista para o segundo semestre. Este movimento está na contramão nacional, pois a pesquisa da CNC sinalizou uma redução de -0,5% no panorama brasileiro, em junho.
“O que pode estar ocorrendo em Alagoas é o descolamento do consumo local do padrão brasileiro nesse momento, haja vista que a massa de rendimentos em Alagoas aumentou em 13% no primeiro trimestre de 2024 em relação ao último trimestre de 2023”, explica o economista Francisco Rosário com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), do IBGE, e ao avaliar que a média de crescimento da massa de rendimentos, para o Brasil, foi de 6,4% no mesmo período. “Esse descolamento da renda pode ter induzido maior consumo no primeiro trimestre e reduzido os estoques do varejo no primeiro quarto do ano, alterando positivamente a confiança do empresário para junho”, acrescenta.
De acordo com os dados da pesquisa, as empresas com mais de 50 empregados tiveram queda de -4,6% na confiança nos negócios, deixando os 118,3 pontos de maio para registrarem 112,9, em junho. Já nas empresas com menos de 50 funcionários o movimento foi inverso: houve crescimento de 1,6% na variação mensal, saindo de 99,9 pontos para 101,5.
Os empresários do segmento de bens duráveis são os mais confiantes com a economia, com 100,2 pontos. Comparado aos 93,2 pontos de maio, isso representa um crescimento de 7,5% e, em termos anuais, de 16%. Já os demais segmentos estão em movimento contrário: a confiança entre os empresários de semiduráveis recuou -3,7% na variação mensal e -4,2% na anual; e, entre os de bens não duráveis, a queda foi de -0,7%, no mês, e de -6%, no ano.
Ao avaliar o contexto geral do levantamento do Instituto Fecomércio AL, Rosário explica que, apesar do crescimento no indicador de consumo em Alagoas, o Índice de Volume de Vendas do Varejo (IVV), do IBGE, apresentou uma tendência de queda no primeiro quadrimestre do ano, em Alagoas. “Neste contexto, mesmo com uma expectativa de melhora da confiança no empresário no varejo, a sustentação desta expectativa irá depender das condições gerais da economia alagoana, como a manutenção do crescimento da renda, a melhoria do crédito e do crescimento do emprego no estado”, observa.
CADA MINUTO \ *Com Ascom Fecomércio
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