Kika e Kiko, dois exemplares de bichos-preguiça são os mais recentes moradores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), em Maceió. Os animais, de dois e um mês de vida, respectivamente, estão recebendo atendimento médico-veterinário para poder voltarem ao habitat natural. Os bichos são dois dos 6.431 animais que chegaram ao Instituto este ano. Deste total, 1.477 foram resgatados em operações de combate ao tráfico animal.
No ano passado, o órgão ambiental federal em Alagoas recebeu oito mil animais, dos quais 1.085 retirados das mãos de traficantes de animais. Em 2022, foram 15 mil animais, com um total de 5.660 retirados da cadeia criminosa que ameaça as espécies. As informações foram repassadas pelo superintendente do Ibama em Alagoas, Rivaldo Couto dos Santos Júnior.
Os números mostram que Alagoas faz parte da rota do tráfico de animais silvestres como uma das principais regiões no Brasil de retirada de animais da natureza para a venda no comércio ilegal, o tráfico de animais.
Inúmeras espécies são retiradas diariamente dos seus biomas de origem e vendidos dentro do próprio Estado ou enviados por atravessadores para serem comercializados em outras regiões.
Os municípios onde a maior parte dos crimes acontece são Maceió, Arapiraca, Palmeira dos Índios, São Miguel dos Campos e União dos Palmares, conforme dados disponibilizados pelo Ibama.
Rivaldo Couto dos Santos Júnior afirmou que para cada animal comercializado ilegalmente, um grupo de dez foi retirado da natureza.
A médica veterinária do Instituto do Meio Ambiente (IMA), Ana Cecília Pires, alocada no Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), localizado na sede do Ibama é quem faz o atendimento de boa parte dos animais resgatados, inclusive dos bebês bichos-preguiça.
Com os animais próximo ao seu corpo e seguros por um pedaço de pano, ela alimenta os bebês, dando-lhes leite na seringa e folhas de embaúba, cujos frutos são o alimento preferido do animal.
A sede do Ibama em Alagoas tem 58 mil hectares e recebe animais apreendidos em operações de combate ao tráfico de animais, resgatados (como os retirados de residências próximas a zonas rurais) ou ainda levados de forma espontânea por pessoas que os criavam em suas residências.
Neste último caso, em uma entrega voluntária, a pessoa que entregar o animal silvestre não irá receber multa, nem responderá por crime ambiental. Animais silvestres, em alguns casos, explicou o superintendente do Ibama, podem ser criados de forma legal, basta a pessoa interessada procurar os órgãos ambientais e se inteirar sobre essa criação.
Por Valdete Calheiros – colaboradora / Tribuna Independente
Foto: Ascom PM/AL