width=

Comandar ou presidir partido político – seja a nível nacional ou estadual – é quase tão importante quanto exercer mandato conquistado nas eleições, confere poderes e influência, daí porque aqui e ali ocorrem grandes disputas por chefias partidárias.

Aqui mesmo, a presidência estadual do PSB, por exemplo, foi alvo de uma disputa acirrada entre o então deputado federal João Henrique Caldas, o JHC, e a ex-prefeita de Maceió, Kátia Born, que à época chefiava a agremiação socialista.

Ao final, sem mandato, Born teve de se conformar com a derrota, mas, com o peso de seu histórico político, acabou comandando secretarias municipais em Rio Largo e Palmeira dos Índios, sendo que, atualmente, integra o secretariado do governo Paulo Dantas.

Já o deputado JHC virou prefeito de Maceió e em tempo relativamente curto (entre 2009 e 2022) transitou por quatro partidos: o PTN, o SD, o PSB e, atualmente, preside o PL em Alagoas.

O ‘detalhe’ é que a escolha de um partido pode ter reflexos em um processo eleitoral, tal como acaba de acontecer com JHC, reeleito já no primeiro turno realizado no dia seis de outubro.

Ao deixar o PSB, o prefeito maceioense optou pelo PL (Partido Liberal), o mesmo do ex-presidente Jair Bolsonaro, que, nessas eleições, venceu em apenas 1 dos 102 municípios alagoanos, registrando perda, pois a legenda detinha 3 prefeituras.

Tivesse, porém, trocado o PSB pelo PP (Partido Progressista) comandado aqui em Alagoas pelo deputado federal Artur Lira, JHC teria ajudado essa legenda a conquistar o maior volume de votos no Estado, isto porque o MDB obteve 633.523 votos, enquanto o PL conseguiu 379.544 o que, adicionado aos 260.613 conquistados pelo PP, somaria 640.057 sufrágios.

Esse seria o resultado, considerando que a votação de JHC em Maceió foi uma conquista ‘pessoal’, e não ‘partidária’, isto é, ele conseguiria esses votos independentemente do partido ao qual estivesse filiado.

Com essa projeção, tem-se que o PP – mesmo com mais votos do que o MDB – não chegaria, porém, nem perto do número de prefeitos eleitos pela legenda do senador Renan Calheiros, mas, pelo menos, não teria sido a decepção que foi o PL: ainda que perdendo uma das 28 prefeituras conquistadas em 2020, o PP acabou em segundo lugar elegendo 27 gestores – número que subiria para 28 se JHC estivesse como um de seus filiados.

Juntos, conforme dados do Tribunal Superior Eleitoral, o PL e o PP obtiveram 49,4% dos votos dos alagoanos, enquanto o campeão MDB somou 47,4%.

Conclusão: do ponto de vista do desempenho partidário, JHC perdeu feio a corrida às urnas por ter abraçado o PL.

POR: POLÍTICA ALAGOANA

FOTO: GOOGLE

Fonte – Jorna de Alagoas