Ministros do governo Lula (PT) avaliam que o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), não consegue liderar os parlamentares como seu antecessor, Arthur Lira (PP-AL). A avaliação foi divulgada pela colunista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo.
Integrantes do governo relatam insatisfação com o desempenho de Motta em negociações no Congresso. Um dos episódios mencionados ocorreu durante reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil). O encontro teve como pauta alternativas para substituir o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Após a reunião, Motta declarou apoio às propostas do governo, incluindo a cobrança de Imposto de Renda sobre títulos isentos, como a Letra de Crédito Imobiliário (LCI) e a Letra de Crédito do Agronegócio (LCA). Ele chegou a classificar a medida como “histórica”. Dias depois, no entanto, mudou de posição e afirmou que as medidas provocariam reação negativa entre deputados e empresários.
Ministros avaliam que Motta voltou atrás por pressão de parlamentares e do setor privado, o que demonstraria dificuldade em manter compromissos firmados em reuniões com a equipe econômica.
Na última sexta-feira, 13, Haddad citou Arthur Lira como exemplo de articulação. Segundo o ministro, Lira se comprometeu, ainda antes da posse do atual governo, a separar disputas políticas de temas econômicos e ajudou a avançar pautas consideradas prioritárias para a equipe econômica.
Parlamentares ouvidos pela reportagem afirmam que Motta também enfrenta mais resistência dentro da base por causa de negociações envolvendo emendas parlamentares. Segundo interlocutores, Arthur Lira garantia mais liberdade para a destinação de recursos, o que fortalecia sua base de apoio.
Hugo Motta assumiu o comando da Câmara após o fim do mandato de Arthur Lira, que exerceu a função de 2021 a 2024.
Fonte – Extra
POR: POLÍTICA ALAGOANA
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