Nem as fortes chuvas impediram que centenas de representantes de movimentos de direita e simpatizantes do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) realizassem, neste domingo (3), uma manifestação no Corredor Vera Arruda, em Maceió, pedindo anistia para os condenados pelos atos de 8 de janeiro e o impeachment do presidente Lula (PT) e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
Ao som de paródias com letras que criticam o atual governo e também de orações, os manifestantes e lideranças políticas conservadoras entoavam o “Fora Lula”.
Manifestantes enfrentam chuvas para pedir anistia a condenados do 8 de janeiro e impeachment de Lula
A professora Mônica Malta conta que participa de atos desse tipo há cerca de 7 anos. “Eu tenho que juntar forças com os nossos irmãos patriotas para lutar por uma nação, porque senão a gente vai virar uma Venezuela. Então eu vim para juntar forças mesmo para lutar pela nossa nação, por um país melhor, livre, onde haja justiça de verdade. Para que os nossos filhos, netos tenham um Brasil bom, Brasil justo, Brasil democrático mesmo”, afirmou.
O deputado estadual Cabo Bebeto (PL) afirmou que o objetivo do ato é mostrar para o mundo e para o Brasil que está preocupado com o que vem acontecendo no país. “A gente não concorda com essa intervenção do judiciário, com esse ativismo do judiciário brasileiro. A gente apela para que outros países além dos Estados Unidos reconheçam isso, porque aqui internamente a gente não tá vendo o congresso tomar a decisão que eles deveriam tomar”, esclarece.
Bebeto classificou como positivas as sanções impostas pelos Estados Unidos contra o ministro Alexandre de Moraes. “Talvez com essa sanção ele repense, vendo que não é só o que eles querem”, declara.
O deputado disse ainda que Lula é merecedor de um impeachment, mas que isso depende do congresso. “Muitas pessoas querem o impeachment e vamos ver se o congresso reage a isso”, citou.
O vereador por Maceió Leonardo Dias (PL) disse que a manifestação é para protestar contra o que ele classifica como perseguição do judiciário à direita. “Essa semana mesmo a gente viu um caso aqui em Alagoas de um homicida que foi preso e condenado a 17 anos. E a gente vê pessoas que só estiveram ali [no atos de 8 de janeiro] que não quebraram, não depredaram, sendo condenadas a 14 anos”.
Dias afirma que a pauta principal, então, é a anistia aos manifestantes de 8 de janeiro de 2023. “Pacificar o país. Que essas pessoas possam ter justiça e não vingança, porque o que nós temos assistido do nosso judiciário, infelizmente, é vingança”, opinou.
O vereador citou ainda que o “mundo” tem reconhecido tal situação. “Os Estados Unidos sancionou o Moraes justamente por ferir os direitos humanos”, citou. Ele cobrou ainda que o presidente Lula saia do poder e criticou a política externa do atual governo.
O deputado federal Fábio Costa (Progressistas) disse que o ato serve para mostrar que “não desistimos dos nossos valores, dos nossos princípios”. “Nós não desistimos da nossa liberdade e é mais uma oportunidade pra gente se manifestar contra todos os abusos, contra todos os árbitros que vêm sendo praticados, sobretudo pela nossa suprema corte”, declarou.
Costa ressaltou que não é contra nenhuma instituição e disse que quer “normalidade institucional”.
O também deputado federal Alfredo Gaspar (União) afirmou que o Brasil não está sobre uma democracia. “Precisa ter coragem para mostrar isso ao povo. Nós temos que ter os poderes independentes e se respeitando. Chega de corrupção e safadeza na nação. Ninguém aguenta mais”, desabafou.
Em relação às sanções impostas a Moraes, o parlamentar disse que o ministro censurou o Brasil e tá querendo censurar o mundo. “As consequências são das atitudes dele. Ele tem que respeitar primeiro a Constituição brasileira”, concluiu.
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Foto: Priscilla Espindola