Os 20 clubes da Série B, com o CRB na liderança, fizeram uma requisição formal para que a CBF reassuma a negociação comercial da competição em meio a uma crise financeira. De imediato, os times vão receber uma ajuda financeira da entidade na casa de R$ 2,5 milhões até o final do ano. O auxílio veio em meio a pedidos de socorro dos clubes e críticas à negociação das ligas, segundo relatos de presentes à reunião. A LFU (Liga Forte União) e a Libra se uniram para negociar os direitos da Série B em 2025. A agência Peak fez uma concorrência. Foram fechados alguns contratos, entre eles o principal com a ESPN por R$ 50 milhões, e outros.

O total obtido foi de R$ 170 milhões incluindo placas, segundo fontes da LFU.

Em reunião na CBF, boa parte dos clubes da Série B criticou bastante a negociação feita pelas duas ligas. Reclamaram da queda de arrecadação, pois no ano passado recebiam R$ 240 milhões com garantias da confederação. Em uma intervenção no encontro, o presidente do CRB, Mario Marroquim, classificou a negociação da LFU e Libra como “vergonha”. Já era a terceira vez que iam à confederação para pedir dinheiro. Mas a entidade vinha deixando claro que só ia ajudar se pudesse assumir a competição para tentar aumentar receitas. A LFU é bem resistente à Série B retornar ao controle comercial da CBF. Há compromissos dos clubes com investidores da Liga.

Em carta, os 20 clubes da Série B relataram um desequilíbrio financeiro enfrentado por boa parte dos times. Atribuem o problema a excesso de gastos com elenco por competitividade, falta de fair play e receita abaixo da expectativa com cotas televisivas.

“Frente ao exposto, entendemos que a forma mais eficiente para garantir a sustentabilidade da competição nos próximos anos é implementar um modelo de gestão comercial das competições coordenadas pela CBF em cooperação com os clubes, respeitando todos os direitos, contratos, convênios, premissas e valores previamente ajustados entre clubes e quaisquer parceiras comerciais”, dizem os clubes. Todos os 20 assinaram.

Na reunião, foram mais incisivos. Vários clubes afirmaram preferir ficar atrelados à CBF. “Precisamos de socorro”, afirmou o presidente do Atlético-GO, Adson Batista, durante o encontro.

Os clubes da LFU assinaram documentos de venda de parte dos seus direitos de transmissão com a LCP, investidora da Liga. A LFU garantia um mínimo a seus clubes da Série B para chegar aos R$ 240 milhões do contrato anterior. E atribuía os valores mais baixos à depreciação da Segundona.

Mas há insatisfação geral entre os clubes alegando que recebem líquido entre R$ 6 e 7 milhões. Assim, a CBF definiu uma cota extra de R$ 2,5 milhões por clube. Isso representa metade do pedido das agremiações. No total, o investimento terá de ser de R$ 50 milhões.

Quanto o valor foi anunciado, houve discussão se todos assinariam por conta de compromissos com a LFU. O Athletico-PR indicou que precisava analisar contratos. Até o final da noite, por informações iniciais, mais da metade dos clubes da Série B já tinha assinado para a CBF assumir a parte comerical da Série B.

Além do valor deste ano, a confederação se comprometeu a pagar R$ 12 milhões garantidos no próximo ano, isto é, R$ 1 milhão por mês, segundo relatos de clubes. A ideia seria a confederação assumir possíveis renegociações dos contratos para tentar aumentar valores, mas com garantia mínima.

Por Tribuna Independente

Foto: Assessoria