Alagoas tem 30 dos seus 102 municípios em situação de emergência em decorrência da prolongada estiagem. O reconhecimento partiu da União. Os dados são do relatório do Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil – SINPDEC.

O documento foi enviado ao jornal Tribuna Independente na tarde de ontem. O município de Senador Rui Palmeira também passou a integrar a relação por causa da seca.

Segundo o documento, além de Senador Rui Palmeira, precisam de atenção especial por causa da falta de chuvas os municípios de Água Branca, Batalha, Belo Monte, Cacimbinhas, Canapi, Carneiros, Delmiro Gouveia, Dois Riachos, Estrela de Alagoas, Inhapi, Jacaré dos Homens, Jaramataia, Major Isidoro, Maravilha, Mata Grande, Monteirópolis, Olho d’Água das Flores, Olho d’Água do Casado, Olivença, Ouro Branco, Palestina, Palmeira dos Índios, Pariconha, Piranhas, Poço das Trincheiras e Pão de Açúcar, Santana do Ipanema, São José da Tapera e Traipu. O reconhecimento da situação de emergência parte do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR).

No início de abril, apenas o município de Pão de Açúcar, localizado no Sertão e distante 232 quilômetros da capital Maceió, teve o estado de emergência reconhecido pela Defesa Civil Nacional.

Passados quatro meses, 29 outras cidades foram incluídas na lista ao receberem o reconhecimento federal de situação de emergência após análise dos seus processos pelo órgão nacional de Defesa Civil.

Segundo a Defesa Civil Estadual, houve um agravamento da estiagem no Estado, conforme o último relatório do Monitor de Secas.

O documento foi assinado pelo secretário nacional de Proteção e Defesa Civil, Wolnei Wolff Barreiros.

Nos municípios de Belo Monte, Delmiro Gouveia, Estrela de Alagoas, Major Isidoro e Maravilha o decreto de emergência tem vigência até o mês de outubro, com datas variando entre os dias 13 e 14.

Em outras cidades, a validade do decreto acaba no mês de setembro. Como é o caso de Batalha, Dois Riachos e Pariconha, para citar alguns exemplos. Em Água Branca, Santana do Ipanema e São José da Tapera, só para citar alguns exemplos, a situação de emergência se estende até o mês de agosto, no próximo dia 24.

A Defesa Civil de Alagoas fez questão de afirmar que o Governo do Estado lançou, nos últimos anos, o Programa Mais Água, onde foram perfurados mais de 800 poços em todo território estadual com a marca de aproximadamente 120 mil famílias beneficiadas.

Sertão nordestino apresenta as menores incidências de chuvas, causando problemas às populações (Foto: Divulgação)

Gestores podem solicitar recursos ao Ministério da Integração Regional

Os municípios que têm a situação de emergência reconhecida pela Defesa Civil Nacional podem solicitar recursos do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional para atender a população afetada no restabelecimento de serviços essenciais e reconstrução de equipamentos de infraestrutura danificados.

O reconhecimento da situação de emergência deve ser solicitado pelo governador ou prefeito. O pedido é feito no Sistema Integrado de Informações sobre Desastres.

Após análise das informações, a equipe técnica da Defesa Civil Nacional avalia as metas e os valores solicitados.

Com a aprovação, é publicada portaria no Diário Oficial da União. Em caso de necessidade, a Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil poderá reconhecer sumariamente a situação de emergência.

Graças ao reconhecimento federal da situação de anormalidade declarada, a população residente nas áreas afetadas dessas localidades pode ser atendida pela Operação carro-pipa, coordenada pelo Exército Brasileiro, com a entrega de água potável.

Além disso, o programa de distribuição de água pelos carros-pipa continua com a gerência do Exército Brasileiro, com o apoio da Defesa Civil Estadual aos municípios na decretação de emergência e no preenchimento de documentos necessários para que se tenha o reconhecimento federal da situação de emergência.

Este reconhecimento é uma das condicionantes para que a operação carro-pipa continue a funcionar.

Geografia

O Sertão nordestino apresenta as menores incidências de chuvas, isso em âmbito nacional. A restrita presença de chuva nessa área é causada basicamente pelo tipo de massa de ar aliado ao relevo, esse muitas vezes impede que massas de ar quentes e úmidas ajam sobre o local causando chuvas.

As secas prolongadas no Sertão nordestino são oriundas, muitas vezes, da elevação da temperatura das águas do Oceano Pacífico, esse aquecimento é denominado pela classe cientifica de El Niño, nos anos em que esse fenômeno ocorre o Sertão sofre com a intensa seca.

A longa estiagem provoca uma série de prejuízos aos agricultores, como perda de plantações e animais, a falta de produtividade causada pela seca provoca a fome.

Por Valdete Calheiros – colaboradora / Tribuna Independente

Foto: Divulgação