Os trabalhadores de saúde do Hospital Escola Portugal Ramalho (HEPR), divulgaram uma carta aberta à sociedade alagoana onde expressam “profunda indignação com a demora na realocação do HEPR pelo governo do Alagoas”.
Os funcionários lembram que estão esperando a realocação há mais de dois anos, desde o compromisso assumido pela Braskem de indenizar o HEPR.
No texto, os servidores alegam que, sem motivo justificável, o governo do Estado vem postergando a decisão. “Temos a informação de um Termo de Acordo assinado pelas partes, no dia 03 de agosto deste ano, aguardando homologação, sem data para iniciarem as atividades de edificação da nova unidade”.
Além dos servidores concursados, pelo menos 390 prestadores de serviço também estão na expectativa pela mudança de prédio. Esses prestadores têm preenchido os afastamentos por aposentadorias, licenças, férias, entre outras situações funcionais.
Da inserção do Hospital Escola Portugal Ramalho na área de risco, criticidade 01, no dia 11 de dezembro de 2020 ao compromisso assumido pela Braskem de indenização, no dia 22 de outubro de 2021, passaram-se dez meses de grandes debates mediados pela Defensoria Púbica da União, Defensoria Pública do Estado, Ministério Público Federal e Ministério.
Público Estadual
As categorias representativas dos trabalhadores alegam que a saúde mental dos trabalhadores está afetada. A realocação passou a ser urgente por ultrapassar questões apenas estruturais.
Antes eram cinco hospitais com tratativas com a Braskem, Hospital Escola Portugal Ramalho, Casa de Saúde e Clínica de Repouso Ulysses Pernambucano, Casa de Saúde Miguel Couto, Hospital Sanatório e Hospital Maceió (Hapvida/rede privada). Desses, três já foram realizadas as tratativas, duas encerraram suas atividades, em períodos distintos, sobrecarregando o Hospital Portugal Ramalho, o único que resta.
Como se já não bastasse a própria situação do Hospital, as áreas desertas, ao entorno do HEPR, têm sido motivos de denúncias dos Sindicatos dos Trabalhadores, expondo os servidores e familiares a riscos à sua integridade física, material e mental. Há atestados médicos de servidor do HEPR onde a médica informa em relação a servidor: “Paciente com ansiedade, crises de choro, medos frequentes recusando-se a ir ao trabalho no HEPR com receio de que aconteça afundamento do hospital e venha a falecer”.
Os Sindicatos dos Trabalhadores requerem dos três poderes do Estado de Alagoas (Executivo, Legislativo e Judiciário) e Órgãos de Defesa e Controle (MPF, MPE DPU, DPE) urgência na realocação dos HEPR, o que requer a homologação imediata do acordo com a Braskem.
Por Valdete Calheiros – colaboradora / Tribuna Independente
Foto: Edilson Omena