O Ministério da Saúde divulgou nesta quinta-feira (20) um documento que fala sobre o uso do medicamento oseltamivir, popularmente conhecido como tamiflu, em casos leves de síndrome gripal em pessoas do grupo de risco da covid-19.

Em casos graves, o paciente deve ser encaminhado a um centro de referência, serviço de urgência/emergência ou hospitalares para realização do tratamento.
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O documento afirma que “as definições de caso e critérios clínicos para a avaliação diagnóstica ainda não são consenso entre os especialistas” sobre a covid-19. Portanto, deve-se avaliar o quadro da doença de maneira clínica e laboratorial.

Segundo o protocolo, o medicamento é recomendado para todos os casos de síndrome gripal “que tenham situações de risco para complicações” e o tratamento deve começar em até 48 horas depois do início dos sintomas.

O ministério afirma que a medicação deve ser administrada para os seguintes pacientes: grávidas em qualquer idade gestacional, puérperas até duas semanas após o parto (incluindo as que tiveram aborto ou perda fetal), adultos com mais de 60 anos, crianças com menos 5 anos, população indígena aldeada ou com dificuldade de acesso, indivíduos menores de 19 anos de idade em uso prolongado de ácido acetilsalicílico.

Além disso, também recomenda-se o uso para pessoas que apresentem: pneumopatias, incluindo asma, pacientes com tuberculose de todas as formas, cardiovasculopatias, nefropatias, hepatopatias, doenças hematológicas, distúrbios metabólicos, transtornos neurológicos e do desenvolvimento que podem comprometer a função respiratória ou aumentar o risco de aspiração, imunossupressão associada a medicamentos (corticoide ≥ 20 mg/dia por mais de duas semanas, quimioterápicos, inibidores de TNF-alfa) neoplasias, HIV/aids ou outros, e obesidade (especialmente aqueles com índice de massa corporal – IMC ≥ 40 em adultos).

A pasta recomenda que a medicação seja prescrita com acompanhamento médicos. As dosagens presentes no documento são:

• Adultos: 75mg de 12 em 12 horas por 5 dias.

Para pacientes com insuficiência renal, a dosagem recomendada é diferente:
Reprodução/ Ministério da Saúde

• Criança maior de 1 ano:
≤15 kg 30 mg, 12/12h, 5 dias
> 15 kg a 23 kg 45 mg, 12/12h, 5 dias
> 23 kg a 40 kg 60 mg, 12/12h, 5 dias
> 40 kg 75 mg, 12/12h, 5 dias

• Criança menor de 1 ano de idade:
0 a 8 meses 3 mg/Kg, 12/12h, 5 dias
9 a 11 meses 3,5 mg/kg, 12/12h, 5 dias

O documento ainda aponta que, além do uso do tamifu, os médicos devem prescrever repouso, hidratação, alimentação adequada, além de analgésicos e anti-térmicos e isolamento domiciliar por 14 dias a contar da data de início dos sintomas para casos leves da doença.

“O médico deverá fornecer atestado mesmo para as pessoas do domicílio que não estiverem presentes na consulta da pessoa com sintomas”, afirma o protocolo.

A pasta afirma que os principais sintomas da covid-19 são febre maior ou igual a 37,8ºC, tosse, dispneia, mialgia e fadiga, sintomas respiratórios superiores e sintomas gastrointestinais, como diarreia.

Nesta quarta, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que o ministério vai divulgar um protocolo informando sobre o uso da cloroquina para pacientes da covid-19.

Precauções durante o isoamento recomendadas pelo Ministério:

• Permanecer em quarto isolado e bem ventilado;

• Caso não seja possível isolar o paciente em um quarto único, manter pelo menos 1 metro de distância do paciente. Dormir em cama separada (exceção: mães
que estão amamentando devem continuar amamentando com o uso de máscara e medidas de higiene, como a lavagem constante de mãos);

• Limitar a movimentação do paciente pela casa. Locais da casa com compartilhamento (como cozinha, banheiro etc) devem estar bem ventilados;

• Utilização de máscara todo o tempo. Caso o paciente não tolere ficar por muito tempo, realizar medidas de higiene respiratória com mais frequência; trocar máscara sempre que esta estiver úmida ou danificada;

• Em idas ao banheiro ou outro ambiente obrigatório, o doente deve usar obrigatoriamente máscara;

• Realizar higiene frequente das mãos, com água e sabão ou álcool em gel, especialmente antes de comer ou cozinhar e após ir ao banheiro;

• Sem visitas ao doente;

• O paciente só poderá sair de casa em casos de emergência. Caso necessário, sair com máscara e evitar multidões, preferindo transportes individuais ou a pé, sempre que possível.

R7.COM

FOTO: Freepik