No mapa da realidade social dos municípios brasileiros, Maceió aparece entre as capitais que oferecem os piores indicadores de qualidade de vida à população. No ranking das 27 capitais do País, a capital alagoana ocupa a 25ª colocação, ficando entre as três piores em condições de vida. Ganha apenas de Macapá (AP) e de Porto Velho (RO).

Quando a comparação é regional, Maceió está na lanterna no ranking das nove capitais do Nordeste. Entre todas as capitais do Nordeste, Aracaju (SE) conquistou o melhor desempenho. Recife (PE) aparece em 21º lugar, à frente apenas de Maceió.

Apesar da propaganda oficial da prefeitura dizer que “Maceió é massa”, a cidade tem seus bolsões de miséria e sofre uma desigualdade social histórica, o que comprova o desempenho da cidade administrada pelo prefeito JHC (PL).

Os dados estão no Índice de Progresso Social – Brasil (IPS Brasil), um estudo inédito que avalia a qualidade de vida e o desempenho socioambiental dos 5.570 municípios brasileiros.

Desenvolvido pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), em parceria com Fundación Avina, Amazônia 2030, Anattá Pesquisa e Desenvolvimento, Centro de Empreendedorismo da Amazônia e Social Progress Imperative, o levantamento foi divulgado na primeira semana de julho.

De acordo com o resultado final da pesquisa, que leva em consideração vários aspectos da municipalidade, Maceió ficou em 25° lugar entre as 27 capitais, no ranking que mede a qualidade de vida dos municípios brasileiros.

Estudo trabalha com necessidades básicas, bem-estar e oportunidades

Criada em 2014, por cientistas de Harvard e do MIT, nos Estados Unidos, a ferramenta IPS vai além da performance econômica para medir os desempenhos social e ambiental das cidades. Segundo os cientistas sociais, o IPS foi desenhado para ser um índice multidimensional com abrangência muito além do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).

“O IDH é importante e mede saúde, educação e renda, mas o IPS tem uma abrangência bem maior, o que permite ter um raio x mais completo da vida social dos municípios. São observados indicadores como moradia, segurança, meio ambiente, inclusão social, telecomunicação”, explicou o cofundador do Imazon e coordenador da pesquisa, Beto Veríssimo, em entrevista à mídia nacional.

Segundo ele, o IPS Brasil traz notas de zero a cem, sendo os melhores resultados os que se aproximam do número máximo. O estudo trabalha com três dimensões: Necessidades Humanas Básicas; Fundamentos do Bem-estar e Oportunidades, além de 12 componentes e 53 indicadores.

A capital alagoana obteve uma nota geral de 62,37 no índice, sendo considerada, na média, uma nota muito baixa. Três componentes puxam o desempenho de Maceió para baixo e diagnosticaram o município com uma das piores capitais do País em qualidade de vida: educação básica, inclusão social e saúde e bem-estar.

Os baixos indicadores educacionais, a violência contra a mulher e a falta de políticas públicas de inclusão social contribuíram para o péssimo desempenho da capital alagoana na pesquisa do IPS Brasil. Não por acaso, até mesmo vereadores da bancada da situação têm chamado a atenção do prefeito para os problemas na educação do município.

Os melhores desempenhos foram registrados no setor de moradia, acesso à informação e à nutrição. As ações de na área da defesa pessoal, na preservação do meio ambiente e na geração de emprego ficaram dentro da média nacional. Com isso, não puxaram o índice para baixo.

TRIBUNA HOJE

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