Os advogados de Jair Bolsonaro, Celso Vilardi, Paulo Amador da Cunha Bueno e Daniel Tesser, afirmam que o episódio envolvendo a tornozeleira eletrônica não configura tentativa de fuga. Segundo eles, os registros da Secretaria de Administração Penitenciária não apontam qualquer ação nesse sentido. A defesa sustenta que o comportamento do ex-presidente teria sido resultado de confusão mental associada ao uso de medicamentos, somada à idade e ao forte estresse ao qual estaria submetido.
A manifestação foi apresentada após o ministro Alexandre de Moraes exigir, em 24 horas, esclarecimentos sobre o dano à tornozeleira. No sábado, o ministro determinou a prisão preventiva de Bolsonaro, ao considerar risco de fuga.
Depois da explicação enviada ao STF, os advogados pediram que Moraes reavalie a decisão e volte a considerar o pedido de prisão domiciliar humanitária para o ex-presidente.
Na manhã deste domingo, 23, os médicos Leandro Echenique (cardiologista) e Claudio Birolini (cirurgião geral) visitaram Bolsonaro na Superintendência da Polícia Federal em Brasília. Em relatório enviado ao Supremo, afirmaram que ele passou a noite estável e relatou ter apresentado, na sexta-feira, 21, episódios de confusão mental e alucinações. Segundo os profissionais, esses sintomas podem ter sido provocados pelo uso de Pregabalina, medicamento prescrito por outra médica com a intenção de reforçar o tratamento.
Os médicos afirmam que o remédio foi indicado sem o conhecimento da equipe que o acompanha regularmente e que apresenta interação significativa com outros fármacos que Bolsonaro já utiliza. A Pregabalina, segundo o documento, pode causar efeitos como desorientação, sonolência, perda de equilíbrio, alterações cognitivas e alucinações.
Após identificarem a origem dos sintomas, os médicos suspenderam o medicamento e ajustaram o tratamento. Eles afirmam que Bolsonaro não apresentou novos episódios e que continuarão monitorando sua evolução clínica com reavaliações periódicas.
Por Notícias ao Minuto
FOTO: © Getty Images \ Política Prisão Bolsonaro















