A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes em Alagoas (Abrasel) afirmou que os bares e restaurantes que funcionam na orla da Ponta Verde, em Maceió, sofreram uma redução de 40% no movimento de clientes, apenas no primeiro final de semana da vigência das mudanças no trânsito da Avenida Silvio Carlos Viana, determinadas pela Prefeitura de Maceió.
Segundo a Abrasel, a situação é bem complicada e a queda no faturamento já é uma forte realidade. “Muitos restaurantes têm clientela antiga, formada por alguns idosos que, por estarem proibidos de estacionar, não estão mantendo a programação do final de semana. Não é todo mundo que tem como se deslocar, com facilidade. São muitos quarteirões de distância, o que dificulta e muito o acesso de idosos e pessoas com crianças”, justificou.
A Abrasel comentou ainda que não teve retorno algum da Prefeitura de Maceió e que sequer as entidades foram procuradas para uma conversa antes da implementação das mudanças.
Entidades dos setores de bares, restaurantes, hotelaria, comércio, transporte, imobiliário e que fazem parte do trade turístico de Maceió continuam coletando informações dos seus integrantes para fazer uma avaliação geral da situação, mas já adiantou que acredita ser algo em torno de 80%.
Desde que foram anunciadas, as mudanças no trânsito, na Avenida Silvio Carlos Viana, na orla da Ponta Verde, estão causando inquietação em dezenas de entidades.
Discordando do Departamento Municipal de Transportes e Trânsito (DMTT), os setores ligados ao turismo estão insatisfeitos com as alterações e temerosos quanto aos aspectos negativos nos negócios, em especial, nesse período de férias que antecede os festejos natalinos e as comemorações do Réveillon.
O trade turístico diz que a situação tende a se agravar nos próximos dias.
Maioria dos maceioenses e turistas é contra mudança
Desde a quarta-feira da semana passada, maceioenses – e turistas – foram surpreendidos com mais uma Faixa Verde na Avenida Silvio Carlos Viana, além da proibição de estacionar veículos no trecho ao longo do canteiro central. O órgão municipal de trânsito instalou várias placas de “proibido estacionar” na região, além de dezenas de cones, delimitando o espaço proibido.
Naquele mesmo dia, entidades dos setores de bares, restaurantes, hotelaria, comércio, transporte, imobiliário e que fazem parte do trade turístico de Maceió manifestaram nota demonstrando a insatisfação com as mudanças.
As entidades afirmam reconhecer a importância de medidas que promovam melhorias no fluxo do trânsito, mas consideram que a proibição de estacionar na localidade gera impactos negativos e significativos para as empresas e os trabalhadores que atuam na região.
“Embora reconheçamos a importância de medidas que promovam melhorias no fluxo de trânsito e na segurança viária, essa decisão acarreta impactos negativos significativos para as empresas e trabalhadores que atuam na região. A Ponta Verde é uma área estratégica para o turismo e o comércio da capital alagoana, concentrando diversos estabelecimentos que dependem do acesso facilitado para receber turistas, moradores e consumidores”, diz trecho da nota.
As entidades signatárias apelam para que a Prefeitura reavalie a decisão e promova o diálogo com os setores envolvidos, buscando soluções alternativas que conciliem a mobilidade urbana com a preservação da atividade econômica e turística da Ponta Verde. A criação de estacionamentos alternativos ou o uso parcial do canteiro central são algumas das medidas que poderiam mitigar os prejuízos e garantir o equilíbrio entre os interesses da população, turistas e empresários locais.
A prefeitura de Maceió, através da assessoria de comunicação, afirmou que não há novidades a serem adotadas no trânsito da Avenida Silvio Carlos Viana.
Enquanto isso, as entidades e a população, aguardam novas movimentações na região quando forem iniciadas a reforma do canteiro central, anunciada pela Prefeitura também na semana passada.
Conforme a gestão municipal, o mobiliário urbano e a grama serão substituídas e novos equipamentos de lazer serão instalados. (V.C.)
Por Valdete Calheiros – colaboradora / Tribuna Independente
Foto: Reprodução