Mais de um ano após a Operação Cadeia Velha, o Conselho de Ética da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) convocou na última quarta-feira (21) uma reunião para analisar o pedido de cassação dos três deputados do MDB alvos da investigação.

A convocação ocorre duas semanas após a prisão de outros sete deputados estaduais na Operação Furna da Onça, cujo processo de cassação ainda não foi aberto. Um relator será designado para o caso.

A reunião foi marcada pelo presidente do conselho, André Lazaroni (MDB), aliado dos deputados presos. Ela está marcada para esta sexta-feira (23), às 14h, quando será analisado o relatório do deputado Marcos Muller (PHS) sobre o caso dos emedebistas.

O pedido de abertura de processo contra os parlamentares foi feito pelo PSOL logo após a prisão dos emedebistas. Desde então, uma série de medidas protelatórias foi tomada para que o caso não fosse analisado.

Picciani, Melo e Albertassi foram presos sob suspeita de receberem propina de empresas de ônibus do estado. A ação penal contra o trio está em estágio avançado, aguardando apenas as alegações finais das defesas – último rito até a análise final do caso. Eles serão julgados pelo TRF-2 (Tribunal Regional Federal da 2ª Região), a segunda instância da Justiça Federal.

Os três também foram alvos da Operação Furna da Onça. Entre os sete detidos há duas semanas, dois faziam parte do Conselho de Ética (Luiz Martins, do PDT, e André Corrêa, do DEM) e Chiquinho da Mangueira presidia a Corregedoria da Alerj.

Na primeira convocação, feita na semana passada, Lazaroni havia publicado os nomes dos dois presos integrantes do conselho. O edital teve de ser republicado sem os suspeitos nesta quarta.O PSOL já pediu a cassação dos outros sete deputados, mas a reunião para analisar o novo processo ainda não foi convocada.

As duas operações que prenderam integrantes da Alerj são desdobramentos da Lava Jato do Rio, que investiga o ex-governador Sérgio Cabral, preso há dois anos e condenado por corrupção.

Na operação deflagrada há duas semanas, os dez deputados estaduais são suspeitos de receber uma mesada do ex-governador em troca de apoiá-lo no Legislativo estadual. A investigação contou com a delação do economista Carlos Miranda, apontado como um gerente da propina obtida pelo emedebista.

Todos os deputados negam envolvimento nos casos de corrupção apontados pelo Ministério Público Federal.

Com informações da Folhapress.