“Lula não foi preso pelas boas coisas que fez durante seu governo, mas pelas ruins, e entre essas se encontra, por exemplo, a gigantesca corrupção na empresa estatal Petrobras e suas empreiteiras que custou à sofrida população brasileira nada menos do que dez bilhões de reais (desses, 7 bilhões em propinas). É desta forma que o escritor e vencedor do Prêmio Nobel de Literatura, Mario Vargas Llosa, saudou a prisão do homem apontado como chefe da organização criminosa que comandou o saque aos cofres públicos do Brasil durante quase uma década e meia.

Esta semana, o ministro da Justiça e Segurança Pública do Brasil, Sergio Moro, se encontrou com o dono da voz que impediu que Lula propagasse suas mentiras pelo mundo ao longo dos últimos anos. Moro participou no início da semana do fórum da Fundação Internacional para a Liberdade (FIL) em Madri, na Espanha. O evento foi presidido pelo escritor Mario Vargas Llosa, que apresentou o juiz exonerado ao público chamando-o de um “exemplo da revolução silenciosa” dos brasileiros opostos à corrupção.

Além de dedicar parte de sua vida a desmascarar o ex-presidente Lula, o escritor também é um severo crítico dos regimes corruptos latino-americanos. Na ocasião em que Lula foi preso e seus aliados tentaram convencer o mundo de que o petista era vítima de perseguição política, Llosa lembrou que “A entrada de Lula, ex-presidente do Brasil, em uma prisão de Curitiba para cumprir uma pena de doze anos de cadeia por corrupção deu origem a grandes protestos organizados pelo Partido dos Trabalhadores e homenagens de governos latino-americanos tão pouco democráticos como os da Venezuela e da Nicarágua, o que era previsível”.

“Quem pensa tão bem de Lula, aliás, se esquece do feio papel de leva e traz que ele representou como emissário e cúmplice em várias operações da Odebrecht – no Peru, entre outros países – corrompendo com milhões de dólares presidentes e ministros para que favorecessem a transnacional com bilionários contratos de obras públicas”, observou o escritor peruano, que viu o ex-presidente do Peru Ollanta Humala e sua mulher, Nadine Heredia, aliados de Lula, se entregarem à Polícia, acusados de lavagem de dinheiro, relativa a doações feitas pelo grupo Odebrecht para o Partido Nacionalista nas campanhas presidenciais de 2006 e 2011, quando Humala era o candidato.

IMPRENSA VIVA