A infecção por leptospirose é a principal enfermidade que pode ocorrer entre as pessoas afetadas pelo rompimento da barragem em Brumadinho (MG) por conta da lama com rejeitos de minério que devastou a cidade na última sexta-feira (25), afirmam especialistas.
De acordo com o infectologista Carlos Fortaleza, membro da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia), é comum que epidemias ocorram após grandes catástrofes.
Polignano afirma que, pela lama conter metais dos rejeitos de minério, provavelmente com compostos de amina, é possível que as vítimas do acidente ambiental apresentem irritações e infecções na pele. Ele ainda afirma que, com o ressecamento dessa lama, ela se tornará poeira, podendo aumentar também ocorrências de crises e doenças respiratórias, como a asma.
Para Fortaleza, outro grande risco é a ocorrência de diarreias infecciosas, por ingestão de água e alimentos infectados. Se nessa ingestão houver a contaminação pelos metais presentes nessa lama e, com grandes e repetidas ingestões, Polignano afirma que é possível que haja irritações no sistema gastrointestinal.
O infectologista afirma, ainda, que há o risco de aumento de doenças do Aedes aegypti, caso haja empoçamento das águas na região.
Quanto à febre amarela, por haver alterações no ecossistema da área, onde havia Mata Atlântica, Polignano alerta sobre a possibilidade de um novo surto de febre amarela. “Os mosquitos que ali residiam, que tinham contato com macacos, provavelmente sairão em busca de novos alimentos, o que pode gerar uma nova crise”, explica.
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