O início das aulas do Instituto Federal de Alagoas (Ifal) Campus Maceió terá esquema especial de segurança. A medida se dá após a diretoria da instituição tomar conhecimento de ameaças, que circulam nas redes sociais, sobre trotes violentos  aos calouros. Além do reforço na segurança interna, o apoio do Batalhão de Polícia Escolar (BPEsc) foi solicitado e viaturas devem ser posicionadas na parte externa do Campus entre hoje (13) e sexta (15).

“A direção está em alerta para a possibilidade de trotes violentos.
Desde 2016 há uma portaria que proíbe este tipo de prática na
instituição. Lembrando que trote violento é crime. Encaminhamos ofício
ao Batalhão Escolar e teremos viaturas na parte externa. Além disso, na
parte haverá apoio dos assistentes de alunos e câmeras”, disse o Ifal
por meio de assessoria.

O documento foi encaminhado na segunda-feira (11)  ao Batalhão
Escolar. A direção justificou o pedido como necessário para garantir a
segurança dos menores.

“Reiteramos nosso pedido de envio de guarnições do Batalhão Escolar
para garantir a recepção dos nossos novos alunos, menores de idade, uma
vez que não podemos ou temos condições de protegê-los”, explica o
ofício.

Segundo a instituição, ameaças de trotes violentos por parte de
alunos veteranos tendo como alvo alunos novatos têm circulado pelas
redes sociais, o que motivou o reforço na segurança. Ainda segundo o
Ifal, os suspeitos de autoria das ameaças já foram identificados, mas
ainda não é possível aplicar punição.

“Não podemos punir alunos sem as devidas investigações, mas como as
ameaças circulam em redes sociais nós já conseguimos identificar os
suspeitos e seguimos em alerta. A direção repudia veemente esta
prática”, pontuou.

De acordo com a diretora do Ifal Maceió, Jeane Agostinho, perfis
falsos em redes sociais têm aterrorizado alunos com ameaças e a
preocupação é que as publicações sirvam como incentivo para trotes.

“Nós tomamos conhecimento através das redes sociais de perfis de
Instagram e Facebook, mesmo que levemos em consideração que os perfis
foram criados apenas para aterrorizar os aluno novatos, a nossa
preocupação é que outros alunos, movidos por esse incentivo, provoquem
atos violentos como ocorreu no ano passado, quando fomos pegos de
surpresa na segunda semana de aula, manipularam substâncias químicas e
causaram danos às alunas, quase deixando as meninas cegas. Preocupados
com isso, pedimos ajuda à imprensa e ao Batalhão de Policiamento Escolar
para proteger a instituição”, pontua.

“Perfis foram criados para aterrorizar”

Para a diretora Jeane Agostinho, a presença da Polícia Militar deve inibir possíveis ações de alunos contra outros alunos.

“Acreditamos, não 100%, que podemos garantir evitar o trote, mas com
certeza vai inibir. Acabei de receber convite do programa da Fátima
Bernardes para comentar o assunto e tenho certeza que isso vai servir
como ajuda para outras instituições do país. Com as ações que nós
tomamos aqui, tanto buscando a imprensa que tem um papel fundamental,
quanto da Polícia”.

TROTE VIOLENTO

No ano passado, também no início do ano letivo do Ifal Campus Maceió
um trote violento envolvendo uma solução artesanal conhecida como
“sangue do diabo” vitimou três alunos e um professor. A solução, um
líquido vermelho é uma mistura de hidróxido de amônia, fenolftaleína e
etanol. Durante o trote, alunas que ainda estavam em sala de aula foram
atacados. O líquido foi arremessado nas estudantes e o professor foi
atingido no momento que tentou socorrê-las.

Os autores da agressão foram identificados no mesmo dia, do grupo envolvido no ataque, nove foram expulsos da instituição.
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Fonte: Tribuna Independente / Evellyn Pimentel