O velho clichê ainda vale: tudo no Brasil só começa pra valer depois do carnaval. Por aqui, em terras caetés, se espera muito do período posterior à maior festa do Brasil – ou maior feriado, dá no mesmo.
Depois da quarta-feira de cinzas, por exemplo, o prefeito Rui Palmeira volta a Maceió, onde lhe esperam problemas do tamanho do Pinheiro.
Ainda no campo administrativo, persiste a expectativa sobre o empréstimo internacional – em processo de tramitação burocrática, em que ele investe a esperança de reverter os efeitos da maldição do segundo mandato.
A reforma da equipe do primeiro escalão está em curso, mas não se tem muito claro, ainda, onde vai desembocar o rio de Rui Palmeira. Quem ainda chega, quem está de saída?
O governador Renan Filho já deu alguns passos para compor ou recompor a equipe que pretende comandar pelos próximos anos (ele está apenas no início do segundo mandato) e não deve querer ser vítima da clássica maldição dos governantes brasileiros que se reelegem.
As queixas, de natureza política, crescem. É grande a insatisfação e pequena – talvez – a máquina pública para atender a tantas demandas, venham elas da Assembleia, dos congressistas alagoanos, dos prefeitos interioranos.
É fato que pelo menos parte do problema foi criado pelo próprio governador, que parece ainda não ter aprendido em quatro anos de Palácio a ouvir antes de agir. Que seja por juventude, não por soberba.
Administrar um estado que é um dos mais pobres – o segundo – do país não é uma tarefa fácil. Cada problema resolvido ou atenuado – o caso da segurança, por exemplo – põe a luz sobre outro, não menos grave.
A vez, agora, é da saúde. Fonte de crises e de críticas.
O bom seria se Rui Palmeira e Renan Filho saíssem no mesmo bloco, mesmo que depois do carnaval.
BLOG DO RICARDO MOTA