Disque Denúncia em Alagoas atingiu, no início de abril, a marca de 100 mil denúncias recebidas através de ligações. O serviço é uma grande ferramenta no combate ao crime e vem recebendo investimentos para ampliar a sua divulgação para a sociedade e conscientizá-la sobre a importância de prestar informações que auxiliam o trabalho da Segurança Pública.
O resultado positivo dessa divulgação é comprovado pelo crescimento das denúncias, que passaram de 12,7 mil no ano de 2014 para quase 18,6 mil em 2018.
Por meio do serviço, a população pode denunciar, de forma segura e anônima, diversas atividades ilícitas como tráfico de armas ou drogas, comércio ilegal de gás de cozinha e roubo a banco, além de repassar informações que auxiliam na localização de foragidos da Justiça e na identificação de autores de homicídios.
A coordenadora do programa, Ginah Wanderlei, afirma que a ferramenta tem agilizado o atendimento à população e contribuído bastante com o trabalho das polícias Civil e Militar e do Corpo de Bombeiros. “O pessoal tem agradecido muito porque, através das denúncias que nós encaminhamos, muitos crimes têm sido descobertos e solucionados, desde homicídio a comércio ilegal de gás de cozinha. Muitas agências de Inteligência da polícia nos dão retorno com os casos solucionados”, afirmou Ginah.
Entre os casos solucionados, Wanderley destacou alguns que tiveram grande repercussão. “O caso da jovem que foi decapitada em Rio Largo, por exemplo, foi resolvido por meio de várias denúncias que nós tínhamos sobre suspeitos de tráfico de drogas, e não de homicídios, e através deles se chegou aos envolvidos no crime. Outro caso solucionado, que é bem antigo e teve até repercussão nacional, foi o da advogada Mércia Nakashima, assassinada em São Paulo. Um dos autores do homicídio dela foi pego aqui em Alagoas após denúncia recebida pelo 181. Teve também o do casal que foi encontrado morto no Benedito Bentes, também solucionado por meio do Disque Denúncia, além de inúmeros outros”, contou.
Segundo dados do Disque Denúncia, o número de ligações aumentou consideravelmente nos últimos cinco anos. Em 2014, foram recebidas 12.754 ligações. Em 2015, o número aumentou para 14.807. No ano de 2016, também foi registrado aumento, com 15.473 ligações. Em 2017, o serviço recebeu 15.264 ligações e, no ano passado, 18.571 ligações. As principais denúncias feitas ao 181 são referentes a tráfico de drogas e homicídios.
Além deste canal de comunicação, a população também pode denunciar pelo aplicativo Disque Denúncia Mobile Alagoas, disponível para Android, e por meio do endereço http://disquedenuncia.seguranca.al.gov.br/denuncie/. Após a denúncia, o usuário recebe um código para acompanhar o andamento da solicitação ou complementá-la, caso descubra mais informações.
Ginah ressaltou a importância de o denunciante fornecer o máximo de informações para ajudar o trabalho da Segurança Pública. “A gente exige que o pessoal que trabalha no Disque Denúncia colete o maior número de dados possíveis com o denunciante, porque não temos equipes nas ruas, nós trabalhamos com investigações e repassamos todas as informações para as agências de Inteligência, então precisamos do máximo de informações”, explicou.
A coordenadora também destacou que o 181 não substitui os serviços de emergência, a exemplo dos números 190, 192 e 193. “Nos finais de semana, o pessoal liga muito para o 181 achando que vai resolver o problema de imediato, mas existe uma diferença do 181 para os serviços de emergência. O 190, por exemplo, é para casos de som alto, coisas que estão acontecendo naquele momento e precisam de viatura no local. Não temos equipe de plantão para a rua, nossa equipe trabalha internamente”, esclareceu Ginah.
População é parceira na redução da violência
“O aumento do número de denúncias mostra a credibilidade da população em relação a esse serviço que ajuda a Segurança Pública. A gente sempre lembra que a denúncia é sigilosa, as ligações não são identificadas, rastreadas ou gravadas e a população tem ajudado bastante no combate à criminalidade, fazendo com que, graças às suas informações, os casos sejam solucionados”, finalizou.
O secretário da Segurança Pública, Lima Júnior, também destacou a importância da população repassar ao Estado informações sobre crimes. Para ele, esse intercâmbio entre as forças de segurança e a sociedade são fatores importantes no processo da redução da violência em Alagoas.
“A sociedade alagoana do bem tem sido grande parceira da Segurança Pública nessa batalha de enfrentamento ao crime em Alagoas. É o 181 que tem nos auxiliado a desvendar crimes, prender suspeitos de homicídios, desarticular o tráfico de drogas e outras atividades ilícitas. Sem dúvidas, essa parceria continuará sendo valiosa para que consigamos resultados cada vez melhores”, completou.
TRIBUNA HOJE