Uma enorme mancha foi avistada durante esses três dias de feriado de Páscoa em quase toda a extensão da praia de Riacho Doce, Litoral Norte de Maceió. No sábado (20), moradores da praia avistaram a mancha nas proximidades do riacho de mesmo nome e chegaram a denunciar o fato. No domingo a mancha foi em direção à praia de Garça Torta, sendo avistada nas proximidades do Milk Bar. Segundo muitos moradores, água suja teria espantado os turistas que estavam em algumas pousadas do povoado para o feriadão, além daqueles que passam o dia em bares e restaurantes da região.

A suspeita dos moradores da região é que a mancha tenha sido provocada pelo despejo irregular de esgoto ou produto químico no Riacho Doce, que desemboca na praia.

Uma equipe do Instituto do Meio Ambiente (IMA) foi enviada até o local na manhã do domingo (21) para fazer análises do que pode ter ocorrido. Eles colheram amostras da água e um relatório deve sair em até quatro dias para que providências sejam tomadas. O responsável pelo Gerenciamento do instituto, Ricardo César, já adiantou que muitas casas foram construídas no local de forma irregular e sem licença ambiental.

Portanto, como grande parte do povoado não possui rede de esgoto, a mancha deve ter se formado com o acumulo na foz do riacho. Com a maré alta da lua cheia, o lixo e todo resto foi levado em direção ao mar. Ricardo César garantiu que o IMA irá tomar as devidas providências para que a localidade não vire um segundo Vale do Reginaldo.

O IMA informou que, devido ao movimento da maré, a água suja havia se dissipado, mas como o problema é reincidente no local, ficou evidente que, além do movimento natural de correntes e consecutivo represamento que acontece em parte da foz do rio, há um problema de acúmulo de água contaminada devido à ocupação desordenada em quase toda a margem.

Em determinados momentos esse represamento se desfaz, liberando a água contaminada que consecutivamente causa a mancha, explica o IMA. “A mesma situação aconteceu nos anos de 2018 e 2017, quando os técnicos do órgão ambiental comprovaram que a tendência é que a situação piore, caso não sejam tomadas providências necessárias para ordenar a ocupação nas áreas por onde o Riacho passa”, declara o órgão.

O IMA explica ainda que há o temor de que possa haver contaminação das águas por rejeitos do aterro sanitário de Maceió, licenciado e fiscalizado pelo poder executivo municipal.

Fonte: Tribuna Independente