O vice-prefeito de Maceió Marcelo Palmeira (Progressistas) tem ganhado bastante espaço na gestão de Rui Palmeira (PSDB). Recentemente, ele assumiu a coordenação de obras e serviços da Prefeitura de Maceió, o que o torna uma espécie de gerente de várias secretarias; e assumiu a Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas), o que lhe dá ainda mais visibilidade e aproximação com as camadas mais carentes da população maceioense. Tudo isso, para muita gente, é sinal de que ele deverá ser o candidato da atual gestão à Prefeitura de Maceió em 2020. À Tribuna, Marcelo Palmeira fala dessa possibilidade e não esconde a vontade de disputar o pleito ano que vem. Ele também falou de sua relação com os vereadores da capital, uma vez que sempre circulou a informação de que havia atritos com os parlamentares, especialmente os da Mesa Diretora da Casa de Mário Guimarães.

 

Tribuna Independente – O senhor foi designado para acompanhar todas as obras e serviços da Prefeitura e assumiu há pouco tempo a Semas. Isso lhe dá muita visibilidade. É uma sinalização de que será o candidato de Rui Palmeira a prefeito em 2020?

Marcelo Palmeira – Se eu conseguir ser o candidato do grupo do prefeito Rui Palmeira, claro que me fortalece muito, mas não tivemos nenhuma conversa nesse sentido. A questão de ter assumido esses cargos estratégicos na gestão foi um reconhecimento – acredito – do prefeito em relação a toda minha forma de agir desde 2013, quando assumimos a Prefeitura de Maceió. Ele como prefeito e eu como vice. Sobre a coordenação dos serviços, é importante porque faz o monitoramento geral das obras, mas os secretários continuam com a mesma autonomia de gerir suas pastas. Apenas há um controle e acompanhamento com visitas e estímulos para as equipes desempenharem melhor suas funções. Em relação à Semas, a secretária anterior precisou deixar o cargo porque está cursando Medicina e ficou inviabilizada de cumprir a função por causa de horário. Daí eu assumi a pasta, uma vez que ela era indicação do partido [Progressistas] e a Secretaria é muito bem avaliada dentro da gestão, como também fora dela, e para não termos nenhuma descontinuidade ao colocar um novo secretário e não ter a mesma metodologia de trabalho, eu vim para cá – e por ter tempo disponível para conciliar.

Tribuna Independente – Mas a candidatura é algo do seu interesse?

Marcelo Palmeira – Sim. Isso é normal. Quem é político sempre, em todo o processo eleitoral, quer ser candidato. E já tinha sido ventilada uma candidatura minha a deputado em 2018, então isso aí, esse tipo de especulação e conversas, vai acontecer até às convenções. Mas, claro, ninguém é candidato sozinho. Isso é uma frase já feita, mas é verdadeira. Ninguém é candidato de si só e, cada vez mais, tem de estar ao lado da população. O povo tem de te querer. Antigamente, eram os partidos, os caciques políticos, que escolhiam e daí você iria para o projeto. Hoje não, é a população quem escolhe e a classe política acompanha quem ela vê quem a população sinaliza como nome. Então, vou trabalhar. Acho que tenho o reconhecimento das ações que faço, apesar de ainda faltar muito conhecimento de meu nome na periferia. Mas as pessoas com quem me relaciono no trabalho avaliam muito positivamente minhas ações. Isso é muito bom porque, a partir do momento em que as pessoas me conhecem, podem também ter esta mesma avaliação e eu ter sucesso numa candidatura.

Tribuna Independente – Uma candidatura sua seria só com esse grupo que está à frente da Prefeitura de Maceió ou há a possibilidade de o Progressistas marchar em separado?

Marcelo Palmeira – Eu ainda não estou trabalhando como pré-candidato, mas para ser reconhecido por minhas ações. Como fui pela atual gestão e estar hoje como secretário; um vice-prefeito atuante, que assumiu a Prefeitura por diversas vezes – acho que mais de 10. Isso mostra confiança do grupo. Os secretários, todos eles, têm uma parceria muito comigo, entendem minha colocação como vice, como secretário e como coordenador. Então, acho que vai ser natural, lá na frente, essa discussão. Se a população entender que meu nome poderá agregar e ser bom para Maceió, estarei à disposição sem sombra de dúvidas. Se não entenderem, vamos avaliar e ver quem seria o melhor nome para a eleição.

Tribuna Independente – Há alguns anos circulou muito na imprensa de que o senhor teria problemas com alguns vereadores, mais destacadamente com membros da Mesa Diretora da Câmara Municipal. Até que ponto houve qualquer atrito com eles e se houve algum, se isso já passou por completo?

Marcelo Palmeira – De maneira alguma. Todos os vereadores têm uma relação muito boa comigo, alguns de ordem pessoal, outros só institucional. Prova disso é que quando assumi a Prefeitura da última vez fiz uma visita à Câmara e fui muito bem recebido pelo presidente Kelmann Vieira e toda a Mesa Diretora; e todos os vereadores estavam presentes. Isso mostra harmonia. Toda vez que assumo a Prefeitura, costumo fazer encontros no gabinete e todos sempre estiveram presentes. No último pleito eleitoral fizemos diversos eventos com o presidente Kelmann e outros vereadores. Tem muita especulação aí [atritos com vereadores]. Claro que o vice sempre está numa situação difícil porque ele não tem o poder de decidir ou nomear, e isso o deixa mais vulnerável a qualquer tipo de especulação e até de insatisfação por não poder, naquele momento, fazer alguma ação que contemple algum político ou mesmo um cidadão comum. Mas o que posso fazer para atender a todos, eu faço. Meu gabinete sempre está aberto a lideranças de bairros, por exemplo. Trato política com todos.

Fonte: Tribuna Independente