Ao longo de 2019, 65 gays foram agredidos em Alagoas pela sua orientação sexual. Com receio de acabar morto, muitas vítimas em potencial acabam vivendo sob a ótica do medo, amando às escondidas e, diante disso, acabam se colocando em risco devido ao preconceito que persiste na sociedade. Nesta quinta-feira (17), é celebrado o Dia Internacional de Combate à homofobia.
Segundo o Grupo Gay de Alagoas (GGAL), os números apontam para sutil redução nos casos de violência contra a comunidade de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros. Os dados registram a média de uma agressão contra gays a cada dois dias no Estado, pelo fato exclusivo da orientação sexual.
Apesar da redução, em 2019, três homossexuais acabaram sendo assassinados no Estado, e outras duas vítimas acabaram tirando a própria vida pelo fato de serem gays. Os casos ganharam repercussão na imprensa, mas quase nada mudou.
São casos como o do jovem Kleydison Leite, de 23 anos, encontrado morto em uma fábrica abandonada no município de São Miguel dos Campos, no dia 28 de fevereiro, que dão nomes para os dados que descrevem uma realidade cruel em Alagoas.
O corpo nu era o de um jovem que foi à noite, às escondidas, para um encontro amoroso, mas que acabou sendo morto de forma brutal. Um ano mais jovem que Kleydison, José Lucas da Conceição Melo, também homossexual, foi encontrado abandonado em meio ao mato, morto em Marechal Deodoro, no mês de março.
O presidente do Grupo Gay de Alagoas (Ggal), Nildo Correia, cobrou ações contra o preconceito. Ele lamentou que, apesar do registro dos casos, ainda falte uma política que, de fato, combata o preconceito no Brasil. “Não há políticas públicas de combate à LGBTIfobia, Com isso, a situação só se agrava”, alertou Nildo.
Relatório especial do Grupo Gay da Bahia, confeccionado para esta data alusiva, mostra que, em 2019, foram 141 mortes de gays em todo o País, sendo 126 homicídios e 15 suicídios. Média de um assassinato contra gays a cada 23h no Brasil.
Por Hebert Borges | Portal Gazetaweb.com
