91,76% dos produtores rurais em Alagoas que usaram agrotóxicos em 2017 não receberam orientação técnica para utilizar esse tipo de produto. Esse e outros dados que são um retrato sobre o campo fazem parte Censo Agropecuário, divulgado nessa sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A unidade estadual IBGE em Alagoas realizou uma coletiva para divulgar o resultado definitivo do Censo Agro 2017.

O Censo Agro mostrou também que o número de propriedades rurais em Alagoas que aplicam agrotóxicos aumentou em 11 anos, passou de 20,77% no Censo 2006 para 30,92% no Censo 2017.

O chefe da unidade estadual do IBGE em Alagoas, Alcides Tenório Júnior, falou sobre a importância do Censo Agro.

“O Censo Agro traz dados que ajudam a todos – cidadãos, academia, gestores e gestoras públicas e a imprensa – na tarefa de conhecimento e compreensão da realidade e exercício da cidadania”, destacou o gestor.

Os dados do Censo Agro foram coletados entre outubro de 2017 e fevereiro de 2018. Para realizar a pesquisa em Alagoas, o IBGE foi aos 102 municípios do estado. Os recenseadores visitaram 151.037 endereços, sendo 98.542 deles estabelecimentos agropecuários.

Uso de agrotóxicos sem orientação técnica

No Brasil, 63,29% dos produtores que fizeram uso de agrotóxicos não receberam orientação técnica. Em Alagoas, o número é de 91,76%.

Agricultura familiar

A agricultura familiar representa a maior parte dos estabelecimentos agropecuários de Alagoas. De acordo com a pesquisa, dos 98.542 estabelecimentos, 82.369 são de agricultura familiar.

O Agreste e o Sertão de Alagoas concentram grande parte dos estabelecimentos da agricultura familiar em Alagoas.

Os estabelecimentos de agricultura familiar representam uma área de área de 551.034 hectares, enquanto os que não são agricultura familiar (16.173) representam uma área de 1.085.678 hectares.

Trabalhadores no campo

O número de pessoas ocupadas no trabalho agropecuário caiu em Alagoas, seguindo a tendência do Brasil. Em Alagoas, o número caiu 27,6%. Eram 451.743 em 2006 e 326.913 em 2017. No Brasil, a queda foi de 8,8%.

Acesso à internet no campo

Assim como no resto do Brasil, o acesso do produtor à internet em Alagoas aumentou, passando de 610 (0,67%) para 21,8 mil (22,2%) em 2017. No Brasil, eram 75,4 mil (1,87%) em 2006 e passaram a ser 1,4 milhão (28,2%) em 2017.

Cai o número de estabelecimentos que receberam orientação técnica

Alagoas seguiu a tendência nacional de queda no número de estabelecimentos que receberam orientação técnica. No Brasil, caiu de 22% em 2006 para 20,2%. Já em Alagoas caiu de 8% para 6,2%.

Entre os estabelecimentos que receberam orientação técnica, 43% foram do governo nos seus distintos níveis, 32,7% própria ou do próprio produtor e 16,6% das cooperativas.

Mulheres no comando da produção

O número de estabelecimentos comandados por mulheres aumentou em 11 anos em Alagoas. Em 2006, as mulheres dirigiam 16,68% dos estabelecimentos agropecuários, saltando para 23,30% em 2017. No Brasil, as mulheres dirigem o equivalente a 18,7%.

Cana de açúcar

Em uma comparativa histórica, em 1975, a produção alagoana, de 11.554.711 toneladas, representava 14,45% da produção nacional. Em 2017, a produção de 13.625.617 toneladas representava 2,13% da produção nacional.

Ainda assim, Alagoas é o 7º estado que mais produz cana de açúcar no Brasil, sendo o primeiro no Nordeste. Levando-se em conta o valor da produção nas lavouras temporárias, Alagoas está na 14ª colocação também por influência da Cana de Açúcar.

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