A declaração do presidente Jair Bolsonaro (PSL) de que “o pior está por vir” – sobre as manchas de óleo que atingem as praias do Nordeste há mais de dois meses -, mobilizou os Grupos de Avaliação e Acompanhamento do desastre ambiental nesta segunda-feira (04). Após gerar polêmica, a posição do chefe da Nação, que na ocasião não deu nenhum detalhe sobre o que ainda virá, acabou negada até mesmo por integrantes do próprio governo. Em Alagoas, o trade turístico acredita que o pior já passou e que a temporada turística do Verão deve se manter aquecida, mesmo com os indicadores apontando queda.

“Apesar da declaração do presidente [Jair Bolsonaro], o trade turístico e eu, em especial, estamos muito otimistas. Já faz alguns dias que nós não vemos novas praias de Alagoas sendo atingidas. Não vemos nas praias que foram atingidas o óleo retornar e isso nos dá uma certa tranquilidade. Alagoas passou dessa fase”, pontuou Mauro Vasconcelos, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH) de Alagoas.

Para ele, o óleo tem se movimentado e atingido outros estados “e isso é preocupante”, mas o estado segue com as praias próprias para banho e preparado para eventuais surgimentos de novas manchas

“Para a temporada [de turismo no Verão], Alagoas chega de forma intacta e nossas praias sempre estiveram aptas [para o banho]. Caso volte a surgir [mancha de óleo], tenha a certeza que todos os voluntários, a sociedade em geral, o governo, os municípios vão estar prontos para a retirada imediata e para deixar as praias limpas, como vimos nas ocorrências recentes”, reforçou Vasconcelos.

Por meio de nota, o 59º Batalhão de Infantaria Motorizado (59º BI Mtz) informou que deu continuidade, esta semana, às ações da Operação Amazônia Azul nas praias do litoral alagoano, com a instalação de duas bases avançadas, uma no litoral Norte, em Japaratinga e outra em Piaçabuçu, no Sul, com o emprego de aproximadamente 120 militares do batalhão e outros 50 militares do 14º Batalhão de Infantaria Motorizado (14º BI Mtz), localizado em Jaboatão dos Guararapes-PE, que devem permanecer nas bases diariamente, inclusive nos finais de semana.

“As ações de monitoramento e retirada do óleo das praias estão sendo realizadas em conjunto com os órgãos federais, estaduais e municipais, bem como com voluntários. Para a execução dos trabalhos, os militares estão utilizando equipamentos de proteção individual (EPIs) adequados ao manuseio do óleo. Desde o dia 24 de outubro, as tropas do Exército, sob a coordenação da 10ª Brigada de Infantaria Motorizada (10ª Bda Inf Mtz), vêm atuando na retirada das manchas de óleo que atingiram as praias alagoanas, recolhendo mais de 10 toneladas de resíduos e cooperando na proteção da população e do meio ambiente”, assegurou o BI Mtz.

Em Alagoas e em Brasília, os Grupos de Avaliação e Acompanhamento estiveram reunidos nesta segunda-feira para tratarem sobre a questão. IBAMA, IMA, pastas de recursos hídricos fazem parte desses coletivos.

Após o encontro, o presidente nacional do IBAMA, Eduardo Bim, chegou a declarar que os danos ainda não foram estimados e confirmou que, aos responsáveis pelo desastre ambiental, devem ser aplicadas multas e reparações por danos ao meio ambiente, ao turismo e à saúde pública, que devem superar valores em bilhões de reais.

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