Aos 30 anos, Reinaldo vive sua melhor fase na carreira. O lateral-esquerdo é o jogador de linha que mais atuou pelo São Paulo na temporada, com 48 partidas, e é o vice-artilheiro do time, com seis gols, um a menos que Alexandre Pato. Antes criticado pela torcida tricolor, ele assumiu papel de protagonista neste ano: é um dos capitães e cobrador de pênaltis, mesmo com a “concorrência” de Daniel Alves e Hernanes.
O bom momento faz o lateral sonhar com a seleção brasileira. Em entrevista ao Estado, ele diz estar entre os melhores da posição no País. As boas atuações de Reinaldo chamaram a atenção do Al-Ahli, da Arábia Saudita. A diretoria do São Paulo recusou a proposta e renovou o contrato do lateral por mais um ano, até o fim de 2021, com possibilidade de prorrogação até o fim de 2022.
Como analisa a fase do São Paulo, que entrou no G-4?
O time está encaixando bem, o professor (Fernando) Diniz vem pedindo, mas temos muito a melhorar. É seguir o trabalho. É importante estarmos sempre na parte de cima da tabela, cada jogo vai ser uma final. Deus está me honrando com grandes partidas, gols, e ajudando meus companheiros.
O que precisa melhorar?
Podemos melhorar no todo. Na parte defensiva, no ataque, intensidade. Tem de estar sempre melhorando. Dar sempre o melhor em todo jogo, seja um clássico ou contra um time que está na parte de baixo (da tabela). Temos de colocar nosso jogo em prática. Tenho certeza de que vamos melhorar. O professor Diniz bate bastante nessa tecla.
O que mudou com Diniz?
É um estilo de jogo que eu já vinha acompanhando das outras equipes dele. É uma comissão técnica que veio trazer uma coisa nova, e assimilamos muito bem no dia a dia e nos jogos. É um trabalho diferente. Estamos fazendo nosso papel dentro de campo, sempre melhorando para jogar um futebol bonito, ter a bola sempre e conseguir o resultado. Ele pede para termos personalidade com a bola e intensidade sem.
Como vê a briga pelo G-4?
O Grêmio vem muito forte, o Inter também. Mas não temos de olhar para as outras equipes. Temos de focar no nosso objetivo. Tendo resultado, vamos permanecer no G-4. Sobre o título, não gosto muito de opinar, mas o Flamengo está com vantagem muito boa. Temos de focar no nosso objetivo, que é continuar no G-4.
Como foi a sua volta por cima após as críticas?
Desde que voltei, no ano passado, foi para conquistar o carinho do torcedor são-paulino. Saí meio sob desconfiança, passei dois anos fora (emprestado a Ponte Preta e Chapecoense) e voltei com esse objetivo. Fiz grandes partidas ano passado e venho repetindo neste ano. Sabia que o Reinaldo que estava saindo daqui em 2016 não era o mesmo Reinaldo de agora. Amadureci e dei a volta por cima. Este ano está sendo maravilhoso, tenho feito gols e ajudado o São Paulo a conquistar as vitórias. Conquistei o carinho do torcedor, que também é muito importante. O São Paulo indo bem, nosso torcedor vai estar sempre feliz.
Pensa em seleção brasileira?
É um sonho de todo jogador. Creio que hoje estou entre os melhores da posição no Brasileiro. Então, tenho certeza de que logo mais vai aparecer a oportunidade. Tenho de manter o trabalho, porque isso vem naturalmente. Tenho de manter o foco aqui no São Paulo para ter oportunidade, seja agora ou a longo prazo. Estou trabalhando para conquistar mais esse sonho.
Você tem sido capitão e cobrador de pênaltis em alguns jogos. Como é essa responsabilidade?
Capitão não é só quem está com a braçadeira. Todos têm sua parcela na equipe. O capitão geral é o nosso treinador. Tem um representante em campo. Sobre bater pênalti, sempre deixo aberto para Hernanes, Pato ou Dani. Quem estiver confiante bate. Eles estão me deixando bater. Já perdi, já fiz, e tenho a confiança dos meus companheiros.
Você também é visto como um líder do vestiário e brincalhão. Como é no dia a dia?
Gosto muito de brincar, de dar risada, deixar meus companheiros sempre para cima. Sempre tem a música, mas tem a playlist do Tchê Tchê, do Vitor (Bueno) e do Dani. Há dias que enjoam da minha playlist e vão para a deles. São parecidas, só a do Vitor que tem mais sertanejo. As nossas têm mais samba, axé e alguns sertanejos.
Gosta do apelido “Kingnaldo”?
Aprovo, mas deixa para o torcedor se divertir nas redes sociais. Acho bem legal, é válido, é um carinho que o torcedor tem por mim e levo na brincadeira, gosto bastante quando eles me chamam assim.
Sobre o jogo contra o Fluminense (hoje), você fez dois gols no primeiro turno. Te dá mais confiança para esse reencontro?
Tem de ter confiança sempre, seja quem for o adversário. Pude fazer dois gols no primeiro turno, e meu primeiro gol aqui no São Paulo também foi contra o Fluminense. É uma coincidência boa. Espero que saia mais um gol agora.
O que mudou para o São Paulo estar 100% em casa com Diniz?
Tínhamos de mudar isso diante do nosso torcedor. Estávamos conseguindo os resultados fora, mas dentro de casa não. Sentamos e conversamos para fazer nosso trabalho em casa e roubar pontos fora. Estamos nessa sequência boa de vitórias no Morumbi.
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