A cientista e professora da Universidade de Newcastle, no Reino Unido, Nicola Curtin, de 65 anos, decidiu doar para um fundo de caridade 865 mil libras (cerca de R$ 4,7 milhões) que recebeu por ter desenvolvido um remédio contra o câncer.

O projeto escolhido pela pesquisadora apoia uma série de atividades para ajudar as pessoas a desenvolver habilidades, talentos e confiança para superar barreiras ao emprego ou à educação. Serão priorizados negros e minorias étnicas, pessoas com deficiência, sem-teto e pessoas que enfrentam desvantagens que os impedem de realizar seu potencial.

Nicola integrou o time de desenvolvedores do medicamento Rubraca (princípio ativo rucaparib), utilizado no tratamento de câncer de ovário recorrente. O remédio, mostraram as pesquisas, mata as células tumorais sem danificar células saudáveis.

O uso desse princípio ativo já é autorizado por órgãos regulares da Europa e dos Estados Unidos. No Brasil, o câncer de ovário é o oitavo tipo mais frequente em mulheres, com cerca de 6.000 novos casos por ano. Ainda não há previsão de quando o medicamento estará disponível para pacientes brasileiras.
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“Sinto-me muita privilegiada por ter uma carreira tão boa. Trabalhando com uma equipe de cientistas da Universidade de Newcastle para lançar o Rubraca no mercado, criamos um tratamento contra o câncer que tem o potencial de mudar milhares de vidas de mulheres”, conta Curtin.

Embora tenha direito a receber participação financeira, a professora abriu mão disso.

“Essa jornada me fez refletir sobre minha própria vida e parece errado me beneficiar disso financeiramente. Tenho orgulho de que essa pesquisa mude vidas e tenho tudo o que preciso na vida – um bom trabalho, uma família amorosa, uma casa agradável, mas na sociedade há muitos que não têm isso. Eu sei que as pessoas são capazes de coisas incríveis, mas a sociedade nem sempre permite que alcancem seu pleno potencial. Assim, através do Fundo Curtin PARP da Community Foundation, quero deixar um legado duradouro que mudará vidas para melhor.”

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