A vereadora Silvânia Barbosa (PRTB), durante sessão nesta terça-feira (17), na Câmara de Vereadores, criticou o descaso com as amostras para biópsias de pacientes do Hospital da Mulher.

Uma denúncia do Sindicato dos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem (Sateal) ao Ministério Público Estadual (MPE) aponta que os tecidos teriam sido retirados das pacientes submetidas ao mutirão da saúde promovido pelo governo Renan Filho (MDB) e, ao invés de serem armazenados em local adequado para aguardar a realização da biópsia, estão jogados no chão do laboratório.

“Com isso não se sabe se têm condições de fazer a biopsia. Pelo que foi dito, essas amostras tem um tempo de validade quando está no formol. Se esse material apodreceu, o diagnóstico não pode ser dado”, disse Silvânia.

Ela lembrou que o problema havia sido discutido de forma antecipada na Casa, pelos vereadores Dr. Cléber Costa (Progressistas), Fátima Santiago (Progressistas) e Ronaldo Luz (MDB). “Agora, o problema foi revelado em reportagem”, disse Silvânia citando publicação feita pelo G1 Alagoas, na última segunda-feira (16).

Em nota a Secretaria Estadual da Saúde (Sesau) negou o descaso e disse que as amostras estão sendo encaminhadas para a análise no Centro de Patologia e Medicina Laboratorial da Uncisal.

Para Silvânia, a Câmara dos Vereadores tem que ser protagonista em prevenção, lembrando que se houver aumento exponencial dos casos de contaminação do coronavírus podem revelar o lado mais grave do problema: a falta de leitos.

Funcionamento

Durante a sessão desta terça-feira (17), a Câmara de Vereadores definiu que, a partir desta quarta-feira (18), vai restringir o acesso do público, priorizando apenas a presença dos servidores, dos próprios parlamentares e alguns assessores. O ponto será liberado nos próximos 30 dias para as pessoas que se enquadrem no perfil de risco alcançado pela doença.

Segundo o presidente da casa, Kelmman Vieira (PSDB), apenas sessões ordinárias irão ocorrer. Toda e qualquer sessão solene ou audiência pública também está suspensa. A decisão se baseia nas medidas adotadas por outras instâncias públicas.

“Não é o ideal, mas é o possível para evitarmos aglomeração. Todas as audiências e sessões extras ficarão suspensas por 30 dias. E não está descartado, em algum outro momento, a suspensão total com uma medida drástica. Mas, no momento é o que será feito e esperamos que as coisas evoluam para melhor”, explicou o presidente.

Em discussão, a vereadora Ana Hora (PSD) falou sobre a preocupação com o comportamento das pessoas. Ela contou que esteve em um supermercado da capital e observou muitos idosos, que se encaixam no grupo de risco apontado pelos autoridades de saúde.

“Estive num supermercado e vi muitos idosos fazendo compras e até mesmo se alimentando e em grupo como em situação normal. Nosso apelo é para que juntos e unidos façamos uma tarefa nesta Câmara fazermos a nossa parte. Precisamos levar mais informações para as pessoas sobre como evitar o contágio”, vereadora Ana Hora.

Pauta

A reforma da previdência municipal é uma das matérias que está na fila para ser apreciada, caso a Câmara suspenda suas atividades completamento, até o dia 24 deste mês data em que a matéria será apreciada.

O líder do governo na Câmara, José Márcio Filho (PSDB) é favorável a antecipação da votação, temendo que o problema envolvendo a pandemia se agrave e as atividades sejam totalmente suspensas.

“Há uma tendência de piora do quadro e muitas coisas devem fechar até a próxima semana. A gente poderia tentar votar algumas questões mais importantes até a quinta-feira. Ficamos de votar a questão do servidor no dia 24 e não sabemos ser haverá sessão. Quinta-feira teremos uma reunião com os sindicatos, pois já teve audiência pública e até já acordamos. Essa é nossa sugestão”, disse José Márcio.

Por Marcos Rodrigues | Portal Gazetaweb.com